No primeiro discurso, papa pediu diálogo e união

Robert Francis Prevost, de 69 anos, tornou-se ontem o sucessor do papa Francisco e o primeiro pontífice norte-americano e peruano da história, escolhendo o nome de Leão 14. Com uma imagem de moderado e visto como próximo ao primeiro papa latino-americano, o 267º pontífice chega ao trono de São Pedro em um contexto de divisão na Igreja e de crescente tensão no mundo.

Suas primeiras palavras vestido de branco, do balcão da basílica de São Pedro no Vaticano, foram um “apelo à paz”, um agradecimento a seu predecessor e uma saudação em espanhol à sua “querida diocese de Chiclayo”, no Peru. Milhares de pessoas aplaudiram o discurso e a eleição do religioso agostiniano. Embora a eleição fosse considerada incerta, os cardeais precisaram de apenas dois dias de conclave para eleger Leão 14, como em 2005, com Bento 16; e em 2013, com Francisco.

Em seu primeiro discurso “urbi et orbi” (À cidade e ao mundo), Leão 14 fez um apelo à paz a “todos os povos” e pediu que se “construam pontes” por meio do “diálogo”, “sem medo, unidos, dando a mão a Deus e uns aos outros”.

CONCLAVE
O nome de Prevost surgiu do maior e mais internacional conclave da História da Igreja, que reuniu na Capela Sistina 133 cardeais eleitores de cinco continentes e cerca de 70 países. Cerca de 80% dos cardeais eleitores foram nomeados pelo Papa Francisco.

Os detalhes da eleição permanecerão em segredo, a menos que o novo papa decida o contrário. O único dado certo é que ele obteve ao menos 89 votos para ser eleito.

Sua eleição constitui um “êxito póstumo de Francisco” e “uma oposição ao governo estadunidense”, indicou para a AFP François Mabille, do Observatório Geopolítico da Religião do Instituto Francês de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris). (AFP)