Maior emergência do NE vira palco de tragédia Vigilante Nivaldo Silva foi baleado por um paciente, que também feriu outra pessoa no Hospital da Restauração. Ele fugiu, mas foi morto por outro segurança

Wilson Maranhão

Publicação: 27/04/2024 03:00

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), informou que prendeu, no final da manhã da sexta-feira (26), um segurança de empresa privada envolvido na confusão ocorrida no Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central do Recife. Imagens de câmeras de segurança mostram o profissional disparando contra um paciente que estava fugindo após praticar uma série de crimes no hospital e acabou morto. O vigilante se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife.

Em entrevista à TV Jornal, o delegado Victor Leite falou sobre a motivação da prisão do vigilante. O trabalhador, que não teve o nome divulgado, será encaminhado a audiência de custódia, ficando à disposição da Justiça. Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou que o homem foi “preso em flagrante e as diligências seguem até a total elucidação do caso”. Também afirmou que investiga um duplo homicídio consumado e uma tentativa de assassinato.

Embora a polícia não confirme, informações extraoficiais dão conta que o paciente morto foi identificado como José Roberto Lopes da Silva, de 52 anos. Minutos antes, ele roubou uma arma e matou o vigilante Nivaldo Silva após um tiroteio no HR. Outra pessoa que estava internada na unidade ficou ferida por estilhaços de bala.

DINÂMICA
Na entrevista, o delegado Victor Leite disse que, após balear Nivaldo Silva, o paciente abordou um motorista de ambulância. Ele roubou o veículo e saiu em fuga pela Avenida Agamenon Magalhães, na área Central do Recife. Ainda segundo o investigador, um grupo de vigilantes saiu em perseguição. Nas proximidades da Praça do Derby, o veículo foi interceptado. Em seguida, o paciente desceu do veículo e foi rendido pelos vigilantes. Nas imagens é possível ver, nesse momento, o paciente deitado em uma das calçadas da  via. Ele foi atingido por disparos feitos por um dos vigilantes que o perseguia.

“Tudo indica que houve uma série de ações criminosas por parte do paciente do hospital. Ele subtraiu a arma de uma vigilante, efetuou disparos contra outro vigilante (Nivaldo) praticando este homicídio e, em seguida, o paciente efetuou disparos contra outro paciente. Este paciente foi atingido de raspão no ombro. Ele prestou depoimento para nós e confirmou a versão dos vigilantes”, disse o investigador.

Ainda segundo o delegado, o vigilante foi preso, porque “não foi evidenciada legítima defesa no momento em que o paciente deitado é atingido por um disparo”. O investigador foi questionado se, antes de ser morto, o paciente trocou tiros com o grupo de vigilantes. O delegado afirma que até o momento não há indícios desse fato.

“Até agora não há depoimentos que indique que houve troca de tiros. Os depoimentos indicam que o paciente efetuou disparos contra os profissionais e quando saiu da ambulância teria apontado a arma para vigilantes, segundo um depoimento”, disse o delegado. O paciente teria sido atingido por dois disparos e, caído no chão, aparentemente com vida, foi agredido pelos vigilantes. Em seguida, houve o disparo, segundo relato do delegado, contra o paciente.