Viagens ocorreram a partir de setembro de 2014

Publicação: 22/01/2016 03:00

Com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo, a equipe mapeou os destinos finais de viajantes internacionais que partiram de aeroportos localizados em regiões propícias à transmissão constante de zika durante o ano. As viagens ocorreram entre setembro de 2014 e agosto de 2015. O LandScan – conjunto de dados sobre a população global – também foi utilizado para que os pesquisadores conseguissem estimar a quantidade de pessoas habitando regiões fora do Brasil que oferecem risco para a transmissão autóctone do vírus.

De acordo com as estimativas, 9,9 milhões de passageiros partiram de aeroportos brasileiros próximos a regiões afetadas pelo zika, sendo que mais da metade foram para as américas. Ontem à tarde, inclusive, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com ministros para discutir estratégias de combate à epidemia, as quais não foram divulgadas até o fechamento da edição.

Os especialistas da Opas acreditam que o vírus da zika pode ter vindo de ilhas do Pacífico em 2014. Sylvain Aldighieri, chefe do Departamento de Doenças Transmissíveis da entidade, diz que o risco e a preocupação deve ser o mesmo para todos os países da América. “O mosquito está presente em todos eles e, portanto, gera os mesmos desafios que a epidemia de dengue”, diz Aldighieri, afirmando que a “prioridade absoluta” é a luta contra o vetor.

O combate ao inseto também é o que defende Jason Tetro, pesquisador em microbiologia e autor dos livros The germ files (O arquivo dos germes, em tradução livre) e The germ code (O código dos germes, em tradução livre). “Podemos ver o vírus em viajantes, mas a forma mais comum de disseminação é o mosquito. Claro, ele não tem nacionalidade nem passaporte. Então, não podemos colocar a culpa sobre o Brasil ou sobre qualquer outro país ou seus cidadãos”, afirma. (I.O.)