Bolsonaro quer Lava-Jato da educação Promessa é de que sejam apurados indícios de irregularidades no ministério; anúncio fez com que ações do setor caíssem no mercado financeiro

Publicação: 16/02/2019 03:00

O presidente Jair Bolsonaro defendeu ontem a chamada Lava-Jato da educação, batizada com este nome pelo ministro da área, Ricardo Vélez Rodríguez, sobre as investigações de medidas adotadas em gestões anteriores. A afirmação ocorre um dia depois da assinatura de um protocolo de intenções para apurar indícios de irregularidades no âmbito do Ministério da Educação.

“Muito além de investir, devemos garantir que investimentos sejam bem aplicados e gerem resultados. Partindo dessa determinação, o ministro professor Ricardo Vélez apurou vários indícios de corrupção no âmbito do MEC em gestões passadas. Daremos início à ‘Lava-Jato da Educação’”, disse o presidente na sua conta pessoal no Twitter.

Ontem no final da noite, o jornal Folha de São Paulo noticiou que, com o anúncio, as ações de gigantes da educação caíram, como é o caso da Kroton, da Estácio, Ser Educacional e Ânima Educação.

Na quinta-feira, os ministros da Educação, da Justiça, Sérgio Moro, e da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, além do advogado-geral da União, André Mendonça, assinaram um protocolo de intenções que tem como objetivo apurar indícios de corrupção, desvios e outros tipos de atos lesivos à administração pública no âmbito do MEC e autarquias nas gestões anteriores.

Segundo nota do MEC enviada à imprensa, a pasta já identificou favorecimentos indevidos no Programa Universidade para Todos (ProUni), desvios no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), envolvendo o sistema S, bolsas de ensino a distância e irregularidades em universidades federais.

O diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, também participou da reunião.

A investigação é uma das principais metas do Ministério da Educação dentro do plano de ações dos 100 primeiros dias do governo.

Trata-se ainda do cumprimento de uma orientação de Bolsonaro dada, de acordo com a pasta, para todos os ministérios e instituições federais.

O movimento no mercado financeiro poderia ser explicado pelo temor de empresas do setor educacional em serem implicadas, o que poderia afetar a imagem das instituições, assim como o afastamento de alunos - ainda de  acordo com informações da matéria de Folha de São Paulo. (Redação e agências)