TURISMO » Bolsonaro dispensa visto para EUA, Canadá, Austrália e Japão

Publicação: 19/03/2019 03:00

O governo federal publicou ontem, no Diário Oficial da União, um decreto dispensando o visto de entrada no Brasil para canadenses, australianos, japoneses e norte-americanos. A medida será anunciada oficialmente pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, durante visita oficial aos Estados Unidos. O presidente, acompanhado de comitiva, chegou no último domingo a Washington.

A dispensa de visto valerá para entrada no país para fins turísticos, de negócio, esportivos ou artísticos, sem intenção de estabelecer residência. As novas regras serão aplicadas para quem permanecer em território brasileiro por até 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, desde que não ultrapassem 180 dias a cada 12 meses. A dispensa de visto, conforme disposto no decreto, passará a valer a partir de 17 de junho.

Atualmente, os cidadãos desses quatro países utilizam um sistema eletrônico para a obtenção de vistos (E-visa) para entrar no Brasil. Por meio deste programa, os turistas desses países podem fazer a solicitação pela internet. O tempo de análise e entrega do documento dura três dias. No procedimento normal, o prazo chegava a 40 dias.

De acordo com o Ministério do Turismo, a adoção do visto eletrônico já aumentou em 35,2% a emissão de vistos. A expectativa é que, se todos os pedidos de visto feitos em 2018 forem convertidos em viagens, serão 217,8 mil turistas a mais no Brasil. A intenção do governo brasileiro é chegar a 12 milhões de turistas por ano até 2022. Caso consiga, praticamente terá dobrado o número de visitantes em comparação com o atual, de 6,6 milhões.

A medida é unilateral. Dessa forma, os brasileiros que desejarem visitar esses países precisam solicitar visto de entrada, conforme as regras vigentes em cada país.

Para os empresários, a medida vai trazer ganhos ao turismo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a indústria hoteleira estima que a decisão de isentar os vistos para americanos, australianos, canadenses e japoneses deve aumentar em cerca de 25% o número de visitantes. A medida, segundo a oposição ao governo, fragiliza a diplomacia por não ter a garantia da reciprocidade por parte dos países beneficiados.

A mudança, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, vai gerar impactos em toda a cadeia de serviços que orbitam em torno do setor do turismo, como comércio, alimentação e transportes. 'É claro que esta ação precisa vir acompanhada de investimentos em promoção, mas já é um importante passo a ser comemorado”, destacou. (Com informações das agências Brasil e Estado)