Delegado do caso Marielle deixa a função e vai para a Itália

Publicação: 14/03/2019 03:00

Principal responsável pelas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), o delegado Giniton Lages não participará da segunda etapa da apuração do crime - que teria como objetivo principal determinar os mandantes da execução e as razões. O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), informou no início da tarde de ontem, que Lages está deixando a função para fazer um intercâmbio de quatro meses na Itália. Durante a investigação, Lages foi acusado de pressionar suspeitos a confessarem o  crime, o que acabou levando a Procuradoria-Geral da República a determinar uma investigação federal sobre a investigação do crime.

“Ele não está sendo exonerado”, frisou o governador, rebatendo rumores que estavam circulando desde o início da manhã. “Também não está sendo afastado de nada; ele encerrou uma fase da investigação e, agora, outra autoridade vai assumir o caso para, eventualmente, determinar o mandante.” O governador explicou ainda que o convite para o intercâmbio foi feito ao delegado na última terça-feira, mesmo dia em que foram anunciados o encerramento da primeira fase da investigação e as prisões do PM reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e do ex-PM Élcio Queiroz, de 46 anos, acusados de efetuar os disparos e conduzir o veículo no dia do crime.

“Como ele (Lages) está com essa experiência toda adquirida do caso e nós estamos com esse intercâmbio com a Itália exatamente para estudar a máfia e os movimentos criminosos, ele vai fazer essa troca de experiência com a polícia italiana”, afirmou o governador. Segundo Witzel, a substituição de Lages não trará prejuízos à investigação. “Ele (Lages) está cansado, esgotado”, justificou. “O conhecimento da investigação foi compartilhado com outros delegados.”