BETT EDUCAR » Educação STEM: Ciências Exatas integrada à parte prática da vida

por Michele Almeida
Michele Almeida é psicóloga e consultora da primeira infância.

Publicação: 18/05/2019 03:00

Ao longo da década de 1990, especialistas alardeavam nos Estados Unidos a existência de uma crise no mercado de trabalho. Havia escassez de pessoas qualificadas para ocupar cargos estratégicos em profissões relacionadas às Ciências Exatas. De fato, naquele momento os estudantes pareciam não demonstrar muito interesse em carreiras científicas, especialmente em razão de um modelo de ensino visto como simplista e pouco estimulante. Pensando em criar formas de inovar, estimular e motivar os alunos, gerando confiança e bem-estar, o modelo STEM se propôs a trazer para os estudantes desafios que coloquem as ciências exatas como fonte de soluções criativas para as partes práticas da vida. Essa poderia ser uma solução para o problema da falta de atratividade das áreas de exatas para os estudantes.

Na educação STEM o foco é conectar os diferentes conhecimentos em favor da resolução de problemas do cotidiano. De forma simples e direta, STEM é a sigla, em inglês, usada para designar as disciplinas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. O método busca integrar o ensino dessas áreas com a solução de problemas cotidianos. Considerado um novo jeito de ensinar Ciências, o modelo despontou como uma resposta ao modelo educacional conservador e fragmentado. Os estudantes aprendem conceitos de Engenharia através de atividades divertidas e cheias de desafios, como construir foguetes, batalhar com robôs e até mesmo construir seu próprio jogo de videogame. O STEM é uma mudança de paradigma na educação, pois coloca os estudantes no centro do aprendizado, permitindo que questionem, interajam e construam o mundo que enxergam. O foco é conectar os diferentes conhecimentos em favor da resolução de problemas do cotidiano.

Projeto, criado pela organização internacional Worldfund, atua hoje no Brasil em 16 estados com o intuito de difundir essa metodologia. Segundo dados revelados na Bett Educar, ele já atendeu quase 500 escolas, cerca de 4 mil professores e 458 mil alunos. Por meio de aulas presenciais e acompanhamentos à distância, o STEM Brasil forma professores da rede pública para inserirem STEM em suas aulas regulares. Ele promove todo ano a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista. O evento é uma grande mostra de projetos que visam estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores.

Os impactos do STEM na educação são enormes. Os estudantes podem alcançar melhores resultados quando são desafiados a colocar a mão na massa para criar, planejar, desenvolver e implementar projetos que possam, de fato, impactar a comunidade em que vivem, seja na sua cidade, estado ou país. Os alunos entendem a importância de se aprender a trabalhar integrando o conhecimento à realidade. Com isso desenvolvem as habilidades requeridas no século 21 que são essenciais para as próximas etapas da vida.