"Se foram meus filhos, quero justiça" Frase foi dita pela deputada Flordelis, referindo-se aos investigados por suposto envolvimento no assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo

Publicação: 26/06/2019 03:00

Questionada ontem se ainda colocaria a mão no fogo por seus filhos, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) afirmou que agora não é questão de confiar, e sim de esperar o andamento das investigações. “Eu não entendo. Se for provado que foram meus filhos, quero saber o porquê, porque estávamos num momento de harmonia muito bom na nossa família. Se foi, quero que sejam punidos, quero justiça. Perdi um amigo, um parceiro.”

Seu marido, o pastor Anderson do Carmo, foi morto a tiros na garagem de casa, em Niterói (região metropolitana do Rio), por volta das 4h do domingo, 16. O casal havia chegado de uma confraternização, e os disparos foram ouvidos quando ele voltou para pegar algo no carro.

Dois de seus filhos estão presos temporariamente por suspeita de participação no crime: o filho biológico Flávio dos Santos, 38, que confessou ter atirado seis vezes no pai, e o filho adotivo Lucas dos Santos, 18, suspeito de ter comprado a arma. O casal tem 55 filhos, sendo 4 biológicos.

Flordelis havia dito nas redes sociais no último sábado que não queria acreditar na autoria deles e que seu coração de mãe lhe dava o benefício da dúvida. Ela continua dizendo que, até que lhe provem o contrário, não crê no envolvimento deles, mas nada está definido. “Jamais passaria a mão na cabeça dos meus filhos por erros deles”, afirmou.

Ela prestou depoimento por dez horas na Delegacia de Homicídios da região de Niterói na última segunda, assim como outras 24 pessoas da família ou próximas a eles. Sua assessoria de imprensa convocou jornalistas para uma entrevista coletiva ontem.

A delegada do caso, Bárbara Lomba, já chegou a afirmar que não descarta a possibilidade de participação de nenhum familiar no crime, o que inclui a deputada. A parlamentar, no entanto, disse que depôs na condição de testemunha. Flordelis também disse não saber qual foi a motivação do crime. Afirmou que seu marido não havia recebido ameaças e que não acredita na hipótese de traição. “É quase impossível que meu marido estivesse me traindo. Ele andava comigo para todo canto”, disse. Segundo ela, as discussões entre os filhos e o pai eram rotineiras, sobre política e futebol, por exemplo. “Eu nunca ensinei meus filhos a revidar um tapa sequer”, afirmou.

Os dois suspeitos seguirão para o Presídio Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, onde funciona a triagem de presos. Os advogados de Flávio e Lucas afirmaram que eles estão sem condições mínimas de higiene e alimentação nas dependências da DH. (FolhaPress com outras agências)