TOFFOLI » Efeito cascata sobre o caso João de Deus

Publicação: 18/07/2019 03:00

Após a suspensão dos processos do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com base em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a defesa de João Teixeira de Farias, conhecido como João de Deus, disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) abre margem para colocar a situação do líder religioso sob “questionamento”.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, aceitou um pedido da defesa do senador e suspendeu todos os processos em tramitação no Brasil que tenham compartilhado dados do Coaf com o Ministério Público sem que houvesse autorização judicial prévia para isso. “Num caso houve informação direta do Coaf para o MP e pode gerar questionamento”, diz o advogado Alberto Toron, que comanda a defesa do médium. Segundo ele, cabe questionamento com relação ao caso que apura lavagem de dinheiro. Dois relatórios do Coaf estão no centro do Caso João de Deus. Um deles foi usado para sustentar sua prisão, e foi encaminhado pelo Coaf ao MP de Goiás. assim que as primeiras denúncias contra o médium apareceram. Segundo o relatório, o médium fez movimentações financeiras de R$ 35 milhões às vésperas da decretação de sua prisão preventiva. Os investigadores desconfiaram de tentativa de fuga do país.

Réu em oito processos por violência sexual contra quase uma centena de mulheres e preso há quase sete meses no complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia, João de Deus é suspeito ainda de construir um “império” por meio da extorsão de seguidores, lavagem de dinheiro e prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. (Agência Estado)