Doação de sangue analisa presença do coronavírus Anvisa determina que, por 30 dias, as pessoas que retornem de países com a doença não doem sangue

Publicação: 29/02/2020 03:00

Com o número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus se aproximando de duas centenas no país, o governo brasileiro investiu em duas frentes. Divulgou vídeos da campanha de prevenção à doença nas redes sociais e incluiu o Covid-19, nome oficial do novo vírus, nos critérios de triagem para a doação de sangue. Da quinta para sexta-feira, os casos investigados no Brasil subiram de 132 para 182.

A inclusão do coronavírus nos critérios de triagem de doação de sangue não se restringe ao Covid-19. As novas regras da Agência Nacional de Vigilância Segurança (Anvisa) e do Ministério da Saúde determinam que os exames verifiquem a presença de coronavírus como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). Esse tipo de análise já valia para avaliar a presença dos vírus da dengue, chikungunya e zika.

Pelas novas regras, as pessoas que estiveram em países com transmissão local dos vírus só poderão doar sangue 30 dias após o retorno dessas regiões. A mesma regra vale para quem teve contato com casos suspeitos ou confirmados da doença.

“Já os candidatos que tiveram resfriado comum ou infecções de vias respiratórias causadas eventualmente por coronavírus, mas sem histórico de viagem para regiões endêmicas ou contato com pessoas provenientes destas áreas, não deverão ser considerados de risco para a infecção desses novos vírus”, diz nota da Anvisa.

A agência e o ministério informam que não existe evidência, até o momento, de transmissão transfusional dos coronavírus, devendo-se atuar na prevenção. E que a inclusão do coronavírus na triagem se baseia na legislação de saúde brasileira, que prevê atualizações nos critérios de seleção de doadores de sangue em situações de emergências e surtos epidêmicos.

A inaptidão para doar sangue de pessoas com coronavírus é o mesmo da dengue e chikungunya, 30 dias. Se o paciente teve dengue hemorrágica, o prazo será de seis meses após a recuperação. Na infecção por zika, a restrição é por 120 dias.

Para as doenças relacionados ao  Aedes aegypti, há ainda regras para casos de relação sexual com pacientes infectados. Quem teve relações com pessoa acometida por dengue e chikungunya nos últimos 30 dias deve esperar um mês para doar.

VÍDEOS
Os dois primeiros vídeos divulgados nas redes sociais dão dicas sobre formas de contágio, (como a transmissão por saliva, tosse, espirro e aperto de mãos) e orientações sobre ambientes (como evitar aglomerações e manter espaços ventilados). A propaganda orienta sobre quando procurar uma unidade de saúde. Um terceiro vídeo trata de etiquetas de higiene ao tossir e espirrar.

Além da internet, a campanha de prevenção será veiculada no rádio e na televisão. O custo da campanha é de R$ 10 milhões. O país tem um caso confirmado no estado de São Paulo, um homem de 61 que esteve recentemente na Itália, e 182 casos suspeitos na sexta-feira. Desse total, 66 em São Paulo e 27 no Rio Grande do Sul. (Com agências)