Colapso na saúde ameaça capitais Natal, Rio Branco, Curitiba, Cuiabá, Belo Horizonte e Florianópolis estão com mais de 90% dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 ocupados

Publicação: 10/07/2020 03:00

O aumento de casos graves da Covid-19 fez crescer para seis o número de capitais que atingiram ou beiram o colapso no sistema público de saúde, com mais de nove em cada dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados. Natal, Rio Branco, Curitiba, Cuiabá, Belo Horizonte e Florianópolis tinham mais 90% dos leitos de UTI ocupados na última segunda-feira. Uma semana antes, apenas Natal e Rio Branco superavam esta marca.

Entre as capitais do Nordeste, Natal segue enfrentando o pior cenário. Na terça-feira, dos 60 leitos de UTI para Covid-19 da rede pública estadual da capital, havia apenas dois disponíveis. No Rio Grande do Norte, a taxa de ocupação de UTIs cresceu de 83% para 85% em uma semana. O avanço na ocupação fez a governadora Fátima Bezerra (PT) cancelar o início da segunda fase do cronograma de reabertura.

Salvador e Aracaju também têm cenário preocupante. Na capital baiana, a ocupação dos leitos de terapia intensiva chegou a 81% nesta semana. No interior da Bahia, houve crescimento dos casos, com pressão no sistema público de saúde, em cidades como Feira de Santana e Juazeiro. Ambas tinham reaberto o comércio e serviços como salões de beleza, mas tiveram que recuar.

Em Aracaju, onde estão 125 dos 188 leitos públicos de UTI para atender casos relacionados à pandemia, a taxa de ocupação é de 88%. Em algumas unidades, como Hospital de Cirurgia e Hospital do Coração, ela chegou a 100%. Outro estado nordestino com crescimento de casos é o Piauí, onde a ocupação dos leitos de UTI chegou a 84% nesta semana. Na capital, Teresina, a ocupação está em 75%, incluindo leitos privados.

Curitiba tinha na segunda apenas 18 vagas em leitos para adultos e uma UTI disponível no setor infantil. Com ocupação de 92%, o prefeito Rafael Greca (DEM) anunciou a abertura de novos leitos nos próximos dias. A situação é semelhante em Florianópolis, que já foi considerada exemplo no combate ao vírus e ficou cerca de um mês sem registrar mortes pela Covid-19. Agora, com 90% dos leitos ocupados, está perto do colapso do sistema de saúde. “Essa definição não é nossa, é um consenso mundial sobre o que se entende sobre colapso do sistema”, afirma o secretário municipal de saúde, Carlos Alberto Justo da Silva. A projeção da prefeitura é de um período mais crítico entre 15 de julho e 15 de agosto.

Dos 203 leitos, 146 estão ocupados e 39 indisponíveis, sem operar por situações como equipamentos quebrados, troca dos pacientes e equipe contaminada. Entre os leitos ocupados, apenas 15 pessoas são de Florianópolis, o que aponta para uma pressão das cidades do interior sobre o sistema de saúde da capital. Outro estado que enfrenta um crescimento acelerado da ocupação leitos é Mato Grosso, onde a ocupação de UTIs chegou a 93% na segunda. O cenário se repete na capital Cuiabá, onde havia 40 leitos para Covid-19 sob gestão estadual, 37 deles ocupados. Em Belo Horizonte, com 345 leitos de UTI para Covid na rede municipal, a ocupação é de 91%. A demanda na rede de saúde foi um dos fatores que levaram a capital a recuar na reabertura. (Folhapress)

Capital             Ocupação nas UTIs destinadas a pacientes com Covid-19
Natal                  97%
Mato Grosso        93%
Curitiba               92%
Belo Horizeonte    91%
Florianópolis         90%
Aracaju                88%
Salvador              81%