Brasil investe em produção de vacina Medida Provisória libera recursos para 100 milhões de doses contra a Covid-19. Do total, 30 milhões podem ficar prontas entre dezembro e janeiro próximos

Publicação: 07/08/2020 03:00

O Brasil vai destinar R$ 1,99 bilhão para viabilizar a fabricação da vacina contra a Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford (Inglaterra). A Medida Provisória (MP) para liberação dos recursos foi assinada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. A vacina é uma das seis que se encontram no estágio de ensaios clínicos, um dos mais avançados dos 26 estudos que buscam a eficácia imunobiológica contra o novo coronavírus.

Com o investimento, o Brasil pretende produzir 100 milhões de doses da vacina. Se a vacina for eficaz e o cronograma previsto pelo governo se cumprir, a expectativa é que haja uma grande campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 no início do próximo ano, dirigida a públicos prioritários, como idosos, profissionais da saúde e pessoas com doenças preexistentes.

“Esperamos ter dados preliminares quanto à eficácia real já disponíveis em torno de outubro, novembro”, disse a diretora do grupo farmacêutico AstraZeneca, Maria Augusta Bernardini. O grup, de capital anglo-sueco, produz a vacina em conjunto com Oxford. Caberá a ele repassar a tecnologia da vacina à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que já participa dos testes. Para o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, isso garante a produção e a entrega das doses.

Das 100 milhões de doses, 30 milhões estão previstas para ficar prontas entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021. “A nossa contrapartida é basicamente financeira no momento, quase R$ 2 bilhões. Talvez em dezembro ou janeiro exista a possibilidade da vacina e daí esse problema estará vencido poucas semanas depois”, afirmou o presidente, durante cerimônia de assinatura da MP, no Palácio do Planalto.

Os recursos serão distribuídos em três pontos. A maior parcela, R$ 1,3 bilhão, se destina a pagamentos à empresa farmacêutica, o que se se prevê no contrato de encomenda tecnolo%u0301gica. A produção propriamente da vacina receberá R$ 522,1 milho%u0303es, valor destinado à estrutura Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, enquanto R$ 95,6 milho%u0303es terão como meta a absorção da tecnologia pela Fiocruz

A liberação dos recursos depende apenas da publicação da MP no Diário Oficial da União, prevista para hoje. No entanto, a MP tem validade de 120 anos, prazo em que o Congresso deve analisar e aprovar. Até lá, a corrida contra o novo coronavírus deve continuar difícil no país. De acordo com o balanço do Ministério da Saúde, o Brasil totalizou ontem 98.493 óbitos pela Covid-19 desde o início da pandemia. Foram 1.237 em 24 horas. O número acumulado de casos chegou a 2.912.212. (Com agências)