"Governo não vai interferir em preços" É o que disse o presidente Jair Bolsonaro às vésperas de mais um reajuste de preço nos combustíveis pela Petrobras, empresa que ele não descarta privatização

Publicação: 25/10/2021 06:10

Na véspera de um novo reajuste do preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que o governo federal não vai interferir na execução da atual política de preços da Petrobras e de nenhum outro setor. Ele, no entanto, confirmou que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o futuro da empresa energética, não descartando, inclusive, a opção de privatização - hipótese que admitiu ser “complicada.”

“Alguns querem que a gente interfira no preço, mas não vamos interferir no preço de nada. Isto já foi feito no passado e não deu certo”, disse o presidente, ao admitir que não tem poderes para influenciar na definição de negócios e de preços da companhia.

Criada em 1953, como empresa estatal responsável por garantir o monopólio da produção petrolífera nacional, a Petrobras se tornou uma sociedade de economia mista em 1997. Desde então, embora o Estado continue sendo o principal acionista, ela deve seguir regras de mercado, assegurando os interesses dos demais acionistas.

“Não tenho poderes para interferir na Petrobras. Tenho conversado com o Paulo Guedes sobre o que propormos fazer com ela para o futuro. É um monopólio, a legislação a deixa praticamente independente. Eu indico o presidente (da empresa), e nada mais que isto”, comentou Bolsonaro, que, pela manhã, visitou o Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília, na companhia do ministro da Economia, Paulo Guedes. “E privatizá-la não é colocar na prateleira e tudo bem. É complicada a situação. Eu teria privatizado muito mais coisas se não tivesse essa burocracia toda.”

Ao falar com a imprensa e com apoiadores, o presidente reconheceu o impacto dos sucessivos aumentos dos combustíveis na inflação brasileira, mas assinalou que o preço dos combustíveis vem subindo em praticamente todos os países.