Desmatamento avança no Cerrado e na Amazônia Segundo dados do Inpe o valor registrado entre o mês de janeiro e o mês de julho é o maior dos últimos quatro anos para o período no Cerrado e o maior dos últimos seis anos para a Amazônia

Publicação: 09/08/2022 05:55

Pesquisa divulgada com o Sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real)  desenvolvido como uma ferramenta de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal mostrou uma alta no desmatamento no Cerrado e na Amazônia. Os dados podem ser conferidos no site do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) e mostraram que o Cerrado teve 4.091,6 km2 desmatados entre o início de janeiro e o fim de julho.

O valor representa um aumento de 28,2% em relação aos sete primeiros meses do ano passado e é o maior valor acumulado para o período nos últimos quatro anos. O desmatamento desde o início do ano até 29 de julho foi 50% maior que no mesmo período em 2020, quando atingiu 2.726,1 km2 . Desde então, o valor acumulado nos sete primeiros meses do ano não parou de aumentar.

O fim de julho marca o fechamento do “ano DETER”, que vai de agosto de 2021 a julho de 2022. Nesse período, o desmatamento do Cerrado atingiu 5.426,4 km2, um aumento de 11,5% em comparação ao mesmo período no ano passado (4.866,6 km2) e de 38,3% em relação ao ano anterior (3.921,6 km2).

“Se a gente comparar por exemplo com dois mil e dezessete, esse valor é praticamente três vezes maior do que foi registrado nos sete primeiros meses de dois mil e dezessete”, afirmou Mariana Napolitano, gerente de Ciências da WWF - Brasil.

Em 2022 houve o segundo pior índice de desmatamento desde que o sistema foi lançado no Cerrado e o pior dos últimos três anos. De acordo com o levantamento os estados que mais desmataram no período foram: Maranhão (1.255,5 km2), Bahia (1.232,0 km2), Tocantins (876,7 km2) e Piauí (691,5 km2).

Amazônia
Já na Amazônia, o acumulado de alertas de desmatamento nos sete primeiros meses do ano foi de 5.463,2 km2, aumento de 7,1% em relação ao mesmo período em 2021.

O valor é o maior acumulado entre janeiro e julho nos últimos seis anos. O desmatamento acumulado em 2022 foi três vezes maior que o registrado em 2017, quando foram destruídos 1.790 km2. Desde então, o valor não parou de aumentar ano a ano. (Correio Braziliense)