Desmatamento ilegal da Amazônia chega a 8,5 mil km² A taxa da atividade feita de forma ilegal chega a 10.000 km² de área no acumulado de quatro anos. Entre os estados, o Pará aparece no topo da lista

Publicação: 13/08/2022 05:55

O desmatamento ilegal na Amazônia chegou a 8.590 km² de agosto de 2021 a julho deste ano, segundo dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na sexta-feira. Este é o quarto maior índice da série histórica. Isso indica uma taxa oficial de desmatamento acima dos 10.000 km², acumulada em quatro anos consecutivos, o que coloca o governo de Jair Bolsonaro (PL) como o primeiro a ver o desmatamento crescer descontroladamente sob uma única gestão.

“É mais um número que estarrece, mas não surpreende: o desmatamento fora de controle na Amazônia resulta de uma estratégia meticulosa e muito bem implementada de Bolsonaro e seus generais para desmontar a governança socioambiental no Brasil”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

Área
No acumulado do primeiro semestre desse ano, a ferramenta apontou uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado — foram 8.590 km² de área desmatada. No entanto, essa pequena diferença não significa melhora da situação. O Deter fez durante seis meses alertas em que avisou que o desmatamento atingia níveis recordes desde 2016.

No mês passadoforam desmatados na Amazônia 1.487 km², praticamente a mesma quantidade de floresta derrubada no ano passado, também em julho — 1.498 km². Porém, a área é o equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, que tem 1.500 km² de extensão.

Ranking
O Inpe ranqueou os níveis de desmatamento nos estados. Entre os que estão com maiores índices se destaca o Pará, com 3.072 km² (35,7% do total), seguido pelo Amazonas, com 2.292 km² (26,7% do total) e Mato Grosso, que entrou para a lista de derrubada da floresta pela primeira vez, tendo desmatado 1.433 km² de área.

No Amazonas, os locais campeões de retirada foram os municípios de Lábrea, em primeiro lugar no ranking, e Apuí, em segundo. São locais que permeiam a BR-319, rodovia cujo governo federal quer retomar as obras de pavimentação e especialistas ambientais já avisaram que os licenciamentos liberados estão equivocados. (Correio Braziliense)