Panificadoras enfrentam desafio

Publicação: 17/01/2016 03:00

Apesar da preferência dos recifenses, as padarias locais não estão otimistas com o mercado este ano. Joca Vilaça, dono da Rosarinho Delicatessen, que funciona há 40 anos no Recife, afirma que a queda das vendas, em 2015, foi de 12% e, além disso, também houve uma redução de 15% no tíquete médio de compras dentro da unidade. Para ele, é justamente esse o desafio do setor em 2016: fidelizar e aumentar a frequência dos clientes e oferecer novidades que os levem a gastar mais.

“Cada empresa vai buscar um diferencial para atingir seu público. Como já vendemos toda a parte de alimentação fora de casa e temos self service – além de setor de frios, frutas e verduras, importados e alimentos, bebidas e limpeza em geral, iremos ampliar nossos itens “saudáveis” com mais produtos sem glúten e sem lactose”, revela.

Paulo Pereira, presidente do Sindicato dos Panificadores de Pernambuco (Sindipão-PE), concorda com Vilaça e acrescenta que das 1,6 mil padarias da Região Metropolitana do Recife (RMR), a minoria fechou 2015 com crescimento acima da inflação. “A frequência das pessoas não sofreu alteração, mas percebemos o medo de gastar e isso se reflete em prejuízo. Ainda não temos um número fechado, mas com os reajustes de luz, gasolina e o aumento dos salários da categoria, os custos do ano foram maiores que os ganhos. Não foi um ano bom para o setor”, ressalta.

Carlos Albuquerque, dono da Truepão, em Campo Grande, afirma que a esperança do segmento este ano é na recuperação da economia e na ampliação dos nichos de mercado, como confeitaria e importados. “Tivemos prejuízos de todos os lados em 2015, até o câmbio nos atrapalhou, porque compramos o trigo em dólar, mas cabe a cada empresário fazer uma análise do ano e buscar estratégias para 2016. Nós, por exemplo, vamos investir em itens para festas como docinhos e salgados e produtos importados, como vinhos, chocolates e doces”, adianta.