Ministro não se nega a fazer "limpa" na pasta Caio Vieira de Mello assume Ministério do Trabalho após antecessor deixar cargo sob investigação

Publicação: 11/07/2018 03:00

A pós tomar posse no Ministério do Trabalho, o novo titular da área, Caio Vieira de Mello, sinalizou que pode fazer uma “limpa” na pasta. “A senhora não faria?”, reagiu, ao ser perguntado sobre possível realização de mudanças nos cargos depois das investigações que são realizadas pela Polícia Federal (PF) para averiguar irregularidades na pasta.

“O que for necessário será feito”, declarou o ministro, acrescentando que vai “fazer exame apurado de todas as situações”, “inclusive das concessões” de registros sindicais. Ressalvando sempre que era “mineiro” e que não conhecia como o órgão está funcionando, Vieira de Mello comentou: “Mineiro é sempre precavido, e eu, como bom mineiro, vou examinar bem a situação e as medidas serão tomadas, podem ter certeza, com transparência. Nada será oculto”.

Diante da insistência dos repórteres sobre se considerava a partidarização de um ministério um erro, o ministro reagiu: “Não conheço o ministério, mas o Ministério do Trabalho tem de ser um ministério extremamente técnico, tem de funcionar”. Sobre a reforma trabalhista, o novo ministro também foi cauteloso, mas reconheceu que “se houver necessidade, haverá mudança também”. Para ele, “alteração de legislação é uma coisa normal, a adaptação vai se fazendo pela jurisprudência e o tempo vai mostrando a vantagem ou desvantagem”.

E, depois de dizer que não vê “nada de mais na reforma feita”, emendou que, “se houver necessidade, haverá mudança também”.

O novo ministro do Trabalho comentou que recebeu o convite do presidente Michel Temer para assumir o cargo “com surpresa” e o fato de faltarem apenas seis meses para o governo acabar não é um problema. Para o novo ministro, o “desafio” o moveu a aceitar o convite.

Depois de reiterar que “sua vida inteira foi limpa”, o novo ministro declarou que o presidente Temer, ao convidá-lo pediu que focasse a criação de empregos. “O comando que ele deu foi técnico. Pediu que desse agilidade ao Ministério do Trabalho, e ajudar a resolver os problemas que existem”, ressaltou.

O ministro insistiu que sua nomeação foi “técnica” e que tem 50 anos de atuação na área trabalhista. Perguntado se deixaria o cargo de consultor no escritório de advocacia de Sérgio Bermudes, avisou que deixaria a função. (Da Agência Estado)