Prédio da livraria tem novo projeto Complexo receberá novos investimentos que prometem dinamizar o espaço e explorá-lo melhor comercialmente. Mudanças ocorrerão em 90 dias

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 11/07/2018 03:00

Os frequentadores da Livraria Cultura, no Paço Alfândega, que se sentiram órfãos após o anúncio do seu fechamento, na semana passada, podem contar em breve com um novo modelo de negócio plural e multiuso. A empresa Cais do Recife, que construiu o estacionamento e o Paço Alfândega, está trabalhando num novo projeto para ocupação não só do espaço da livraria, como também da cobertura do prédio e os dois blocos de estacionamento. A proposta é entregar em 90 dias à população o novo empreendimento de convivência, negócio, cultura e lazer.

Após oito anos de disputa judicial, os antigos proprietários do Paço Alfândega conseguiram, em maio deste ano, a devolução do prédio do edifício-garagem, onde ficava a Livraria Cultura e a Casa de Recepções Arcádia. Em março, os donos da Cultura encaminharam um ofício à empresa administradora do Complexo Paço Alfandega comunicando que não tinham mais interesse em continuar como locatária do imóvel. A livraria foi inaugurada em 2004 e, nesse período de 14 anos, transformou-se em um espaço de referência nesse segmento no estado.

A proposta agora é fazer um projeto integrado numa área total de 7.800 metros quadrados, nos dois blocos disponíveis. A Cultura ocupava um espaço de 2.500 metros quadrados, a cobertura 2.100, além de 3.200 metros no térreo do outro bloco do estacionamento.

Os proprietários prometem manter a vocação cultural do local combinada com serviços tecnológicos. “O que importa é o que vamos fazer naquele espaço. Qual a oportunidade que temos para ocupar da melhor maneira possível de forma que aponte para o futuro e para a nova realidade do mercado? Toda crise gera oportunidade e é nisso que estamos focados”, informou o empresário Álvaro Jucá, antigo proprietário do complexo empresarial e que ganhou na Justiça o direito de explorar comercialmente novamente o espaço.

Pelo novo projeto, a livraria tradicional conviverá com uma livraria digital que estará sintonizada com e-commerce de livrarias. Os frequentadores poderão ao mesmo tempo solicitar os livros via internet, desfrutar de boas leituras, assistir a palestras, seminários e participar de lançamentos de livros. Na cobertura do prédio está prevista a construção de um bistrô com comida diversificada. Nos finais de semana haverá happy hour com boa música para dançar, garantem os proprietários.

“As grandes livrarias terão que se reinventar porque 30% a 40% de suas receitas eram das vendas de CDs e DVDs. Esse mercado foi para o espaço e não volta mais. Por outro lado, as livrarias não precisam mais ter o tamanho que as megastores tinham. Essas grandes livrarias abriram o e-commerce e não precisam mais do mesmo espaço. Hoje é tudo digital”, comentou Jucá.

PORTO DIGITAL

Dentre os parceiros do novo empreendimento, o Porto Digital terá um papel de destaque. “Estamos discutindo com o Porto Digital o projeto. Eles são parceiros na modelagem desse negócio e vamos potencializar esse ambiente. Haverá auditórios, espaços para convenções, reuniões, eventos e seminários. Tudo será feito de forma moderna. As pessoas interessadas vão reservar esses espaços online. É só entrar a reservar”, explicou.