Capitalismo consciente como um negócio Especialista no assunto, o consultor Thomas Eckschimidt vai tratar do tema no Recife, em palestra, terça-feira, no Lide Pernambuco

Publicação: 18/08/2018 03:00

Uma importante mudança de sistema econômico pode estar ocorrendo neste momento. O capitalismo como conhecemos hoje começa a ter atualizações e evoluções em seu formato passando pelo que chamamos de capitalismo colaborativo, cooperativo, solidário, criativo e, mais recentemente, consciente. Essa última denominação, o capitalismo consciente, está sendo estudada pelo empreendedor, consultor, engenheiro e especialista em mediação de negócios Thomas Eckschimidt, que vai lançar um livro sobre o assunto na próxima semana e estará terça-feira no Recife debatendo o tema num encontro do Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide-PE), mediado por Drayton Nejaim.

“O que discutiremos é o capitalismo consciente como filosofia de negócio, numa abordagem sistêmica em que os líderes, suas marcas e seus funcionários devem trabalhar em torno de um propósito maior e, com isso, gerar uma cultura consoante a esse propósito da empresa”, explica Eckschimidt.

Segundo ele, no livro detalha as quatro ferramentas necessárias para implantação de um capitalismo consciente dentro de uma empresa. “O primeiro é criar ou resgatar o propósito do negócio. Ter um propósito te dá adesão e é essencial para a evolução. O segundo ponto é tornar esse propósito sistêmico, ou seja, criar redes, parcerias e comunidades em torno da marca onde todos percebam o valor dessa relação. Um terceiro ponto é ter/ser um líder servidor, que quer melhorar o sistema como um todo e não pensa apenas no lucro. Isso gerará a quarta ferramenta que é a cultura focada em um comportamento coletivo em prol da causa determinada”, esclarece.

E, por que buscar o capitalismo consciente? Para Thomas Eckschimidt, essa transformação propicia um crescimento até 10 vezes maior que seguir modelos tradicionais. “Fizemos uma pesquisa e identificamos que nas empresas que adotam o capitalismo consciente, o crescimento é exponencial e constante e muito maior do que outros negócios que continuam achando que já que têm algum lucro não precisam ou devem mexer no modelo”, reforça.

Para o especialista, o primeiro passo para a mudança deve partir sempre do líder. “Se quem comanda a empresa pensar apenas em lucro e custo, não houve um olhar sobre o propósito do negócio, o funcionário também terá uma relação sem engajamento, apenas ligada ao salário. Logo, em momento de crise, a empresa tende a ser abandonada na primeira falta de pagamento. Isso ocorre porque o próprio líder é orientado pelo dinheiro e seus funcionários seguem esse exemplo. Essa empresa está fadada à falência”, completa.

Ainda de acordo com Eckschimidt, o conceito, porém, não é sobre não ter lucro. “Não dar lucro é uma irresponsabilidade social porque você gera uma reação negativa com demissões, atrasos de salário e cortes de benefícios. O que estamos falando é sobre ser um empreendimento que tenha como objetivo gerar algum tipo de valor e, daí, tirar um lucro. Parece a mesma coisa, mas não é. A Google, por exemplo, foi criada para organizar conteúdo na internet. Se você analisar a empresa, ela ainda foca na organização de conteúdo, seja de localização, com os mapas, seja de imagem, ou até mesmo com PDF de livros completos. São produtos diferentes baseados no mesmo propósito que é organizar conteúdo. Isso gera credibilidade, confiança e valor, que reflete no lucro”, afirma. O debate será realizado às 9h30 no auditório da MV Empresarial, na Imbiribeira e será aberto apenas para convidados.