Bebidas alcoólicas seguem uma trajetória de queda

Publicação: 22/09/2018 03:00

A incursão das fabricantes de bebidas no universo da maconha não é difícil de entender. Enquanto o consumo da planta tem disparado nos últimos anos, principalmente entre os jovens, o uso de bebidas alcoólicas segue uma trajetória constante de queda nos principais mercados do mundo.

Nos últimos cinco anos, as vendas de cervejas caíram mais de 12% na América do Norte, segundo estudo da consultoria Euromonitor. As previsões também não são nada animadoras. Até 2022, a expectativa é de um recuo de mais 14%. Enquanto as duas indústrias trazem alguns aspectos complementares, como a produção de produtos híbridos, há também um fator claro de substituição, que impacta as bebidas. Isso porque alguns consumidores deixam de usar bebidas alcoólicas quando estão consumindo maconha.

A maior parte das oportunidades na indústria de marijuana está no Canadá, onde o setor encontrou um terreno fértil, em termos regulatórios e legais, para crescer. Mas, nos Estados Unidos, há também um mercado em ebulição. Nove estados já permitem o uso recreativo da Cannabis, e 30, o medicinal. Até 2020, a previsão da Euromonitor é de que o mercado legal de maconha movimente mais de US$ 16 bilhões só nos Estados Unidos.

Por enquanto, quem investiu nessa indústria já percebeu que a história é séria: as ações das empresas de maconha têm decolado nos últimos anos. O Marijuana Index, que acompanha a evolução dos papéis de 35 companhias listadas nas bolsas do Canadá e dos Estados Unidos, valorizou mais de 500% do início de 2016 até hoje. E, com o avanço na legalização da planta em cada vez mais mercados, a tendência é que esse crescimento continue. As fabricantes de bebida também querem surfar nessa onda.