DIARIO NOS BAIRROS » O diversificado comércio atacadista Avenida Mascarenhas de Moraes se transformou em um importante corredor de distribuidoras e home centers de Pernambuco devido à posição geográfica

Patrícia Monteiro
Especial para o Diario
economia@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/09/2018 03:00

Com uma população residente de mais de 48 mil habitantes, a Imbiribeira é atravessada de Norte a Sul pela longa Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, um corredor de 6,5 km de extensão com variada oferta de serviços e comércio por onde trafegam, diariamente, cerca de 6.300 mil veículos de grande e pequeno porte nos dois sentidos. Um local onde esses automóveis também param para estocar ou comprar de quem vende em grandes quantidades. Afinal, a região concentra um grande número de centros atacadistas, de distribuidoras a home centers. Uma característica certamente relacionada à localização do bairro. Afinal, há cerca de 30 anos, a Rua do Brum, no Centro do Recife, era o polo atacadista estadual. Empresas vindas do interior, entretanto, tinham alguma dificuldade em chegar. Daí, a relocação deste polo para a Imbiribeira, que oferecia mais proximidade de rodovias, BRs e, consequentemente, mais facilidade logística.

Segundo o Ranking ABAD/Nielsen 2018 (ano-base 2017), este setor atacadista distribuidor em Pernambuco faturou cerca de R$ 4 bilhões em 2017 (R$ 4.142.022.158,02), de acordo com os 24 comerciantes que forneceram informações. José Luiz Torres, presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), afirma, entretanto, que se todas as empresas do estado tivessem respondido ao questionário, esse número chegaria a algo em torno de 10 ou 11 bilhões. A Aspa possui 11 associados na Imbiribeira.

“Acredito que a região, incluindo uma área que se estende até Prazeres, BR-101 Sul e Estrada do Contorno abrigue muitas também que não estão associadas, chegando a um total de cerca de 32 a 33 empresas”, informa. Todos os associados da Aspa são agentes de distribuição, à exceção da Tupan e Ferreira Costa, que estão na categoria de home center, embora também atuem como distribuidores para construtoras/empreendimentos imobiliários.

Torres conta que aproximadamente seis destes empreendimentos destacam-se por uma série de fatores como tradição e longevidade. “Eles estão superando as dificuldades do setor, entre elas a alta carga tributária, os desafios de escoar produtos transportando mercadorias por estradas mal conservadas (a infraestrutura da malha viária é péssima), além de não sucumbirem às adversidades econômicas do país, com retração no consumo, desemprego etc,”, afirma. Ele diz, entretanto, que quanto à questão da tributação, há negociações em andamento. “A Aspa está conversando com o governo do estado para revisão dessas taxas já há alguns anos e devemos chegar a um bom termo em breve”, adianta.

Um exemplo desta resistência de que fala Torres é o da Sede das Miudezas, do ramo de perfumaria, produtos de limpeza, papelaria e utilitários plásticos, no bairro há 27 anos. Atualmente, comercializa cerca de 4 mil itens e possui mais de 100 fornecedores. Quando começou seu empreendimento, o empresário Edes Celestino de Araújo possuía uma loja alugada de 12m2, ainda no Ipsep. Atualmente, preside um empreendimento localizado em um prédio próprio, com 4.800m2, além de um varejo de 430m2. Com 70 funcionários, atende clientes de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Com perspectivas de contratar mais 10 funcionários até dezembro, acredita que a boa localização é um diferencial. “Estamos perto de tudo: shopping, aeroporto e da Mascarenhas de Morais, importante via localizada próxima às rodovias, o que é fundamental para o melhor escoamento das mercadorias”, explica. Apesar dessa localização privilegiada, ele acredita que o cenário poderia ser mais favorável. “Deveria haver uma reforma tributária, como um todo. Com redução de impostos, poderíamos oferecer mais vagas de emprego. Voltarei, por exemplo, a contratar, mas com muita cautela pra evitar sair desse limite de contenção de despesas”, explica.
 
Segmentos

Estabelecimentos comerciais na Imbiribeira
  • 6.619 estabelecimentos comerciais
  • 2.731 de serviços
  • 3.292 de comércio
  • 569 indústria
  • 313 construção civil
  • 14 agricultura