EMPRESAS » Sucessão em discussão

ANDRÉ CLEMENTE
andre.clemente@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/09/2018 09:00

O mundo corporativo tem histórico de passear com receio em assuntos que envolvem familiares e a empresa. A questão da sucessão, inclusive, é tratada como campo minado porque a questão emocional tende a ganhar um espaço maior que o ideal para o bom andamento do negócio. Para se ter ideia, as estatísticas desse perfil de empresas são alarmantes: apenas 30% chegam à segunda geração familiar, 13% chegam à terceira geração e apenas 4% mantêm o negócio operando até a quarta geração. Esse cenário criou uma reação de empresários, que passaram a colocar luz sobre a questão para promover uma mudança nessa rota. O assunto é o tema central do 4º Forum Rumo das Empresas Familiares, que acontece no dia 28 de setembro, no Bugan Hotel, em Boa Viagem, no Recife.

Nesta edição, as palestras e os debates nos paineis vão colocar os personagens no palco. Serão empresários, gestores de empresas familiares (sendo ou não da família) e os próprios familiares revelando desafios, alegrias e conselhos para a sustentabilidade do negócio. Tudo dentro do eixo de como a governança pode fazer o processo acontecer sem traumas e de forma que os agentes da sucessão possam integrá-lo ativamente.

Boris Berenstein, fundador da rede de centros de diagnósticos e presidente do projeto Rumo, que organiza o encontro, fala em primeira pessoa da importância do assunto e como é urgente a necessidade de colocá-lo na pauta. “Quem funda uma empresa e luta para que ela avance entende ou precisa entender que não é imortal e o negócio vai precisar de estruturação para a continuidade ter êxito. Rejuvenescer é importante, gerações posteriores são agregadoras e a gente já viu pelas estatísticas que o descuido com a transição leva à falência. A ideia é provocar a disposição para tratar o assunto, para que o sucessor seja mais que um familiar, mas um agente positivo para o processo. Além de fazer com que o sucedido participe ativamente do processo, inclusive conduzindo a transição”, detalhou Berenstein em visita ao Diario, na companhia de Elane Cabral, diretora técnica do Projeto Rumo, e Antônio Jorge, coordenador-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa em Pernambuco (IBGC-PE), instituição que apoia o encontro.

De acordo com Antônio Jorge, Pernambuco se transformou em um polo de governança e desenvolvimento de empresas familiares, que resolveram dialogar e se colocar à disposição para tratar do assunto. “O tema é difícil, mas mais difícil é não enfrentá-lo. As pessoas entenderam que discutir e investir tempo na sucessão com governança é o mesmo que estruturar a empresa para qualquer outro ponto. A longevidade da empresa está em jogo e as pessoas entenderam que a sustentabilidade é um bem da família e que precisa de sequência a partir de critérios corretos, racionais, reduzindo riscos e apostando em caminhos positivos”, destacou. As inscrições e a programação completa estão disponíveis no site 4forumrumo.com.br.