Vizinhos seguram os números da exportação

Publicação: 12/09/2018 09:00

O desempenho do setor de motos poderia ter sido ainda melhor não fossem os problemas econômicos da Argentina, destino de 70% das vendas externas do segmento. Foram exportadas para o país vizinho 41.030 unidades no primeiro semestre, alta de 26,6% sobre o mesmo período de 2017. Só que o cenário positivo virou de ponta-cabeça. Em junho, as exportações alcançaram 4.404 unidades, queda de 42,4% sobre junho do ano passado e de 33,6% em relação a maio deste ano.

“Esses números mostram o impacto do mercado da Argentina, que vem sofrendo com a desvalorização cambial”, disse o presidente da Abraciclo, que projeta que as exportações fechem 2018 com queda de 2,2%, com 80 mil motos enviadas ao mercado externo. “Não há como blindar setores que são, historicamente, dependentes das vendas à Argentina, como o de motos, calçados e eletrodomésticos”, afirma o economista Ricardo Sastre, especialista em América Latina pela Fundação Getulio Vargas. “O caminho para os exportadores será buscar alternativas para compensar a retração da Argentina, que não deve superar a dificuldade tão cedo.”