Caminhoneiros param contra regra do frete Suspensão de multa por ministro do STF leva caminhoneiros a fazerem paralisações em três estados

Publicação: 11/12/2018 03:00

Caminhoneiros fizeram ontem paralisações em alguns pontos do país, em protesto contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que suspendeu a aplicação de multas por descumprimento da tabela do frete rodoviário até que a corte se pronuncie sobre a constitucionalidade da fixação de valor mínimo Foram registradas manifestações na Via Dutra na altura de Barra Mansa, no acesso ao porto de Santos (SP), em Pindamonhangaba (SP) e em Minas.

Na Dutra, agentes da Polícia Rodoviária Federal chegaram a utilizar taser (arma que emite choque) e um caminhoneiro ficou ferido na testa depois que piqueteiros jogaram uma pedra em seu veículo. Dois manifestantes foram presos, segundo a superintendência do órgão no Rio. Houve congestionamentos de manhã, mas carros de passeio e ônibus puderam passar.

O movimento prejudicou a chegada de hortifrútis na Ceasa do Rio, segundo a Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio. “Não chegou a ser um grande prejuízo ou a provocar aumento de preços, mas alguns caminhões não chegaram”, disse o presidente da associação, Waldir de Lemos.

“A toda ação corresponde uma reação”, disse o delegado do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Rio de Janeiro, Nelson de Carvalho Júnior. Ele disse que, após a decisão de Fux, as empresas da região de Barra Mansa reduziram os valores pagos aos caminhoneiros.

As paralisações, pontuais, refletem a divisão que se estabeleceu no movimento. Há revolta na base da categoria. Mas as lideranças tentam evitar uma paralisação, por avaliar que ainda há espaço para buscar solução com o novo governo. As equipes de Michel Temer e do futuro governo, de Jair Bolsonaro, buscam uma saída para o impasse. Lideranças do movimento estiveram ontem em Brasília, em contato na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Está prevista para amanhã uma reunião na Advocacia-Geral da União (AGU). O futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra, está ajudando nas articulações. Ele foi o relator, na Câmara, da lei que estabeleceu os pisos mínimos do frete rodoviário. (Agência Estado)