Quando o cidadão pode fazer a diferença AD Diper quer estimular pessoas e empresas a destinarem parte do IR para projetos sociais em Pernambuco

ANDRÉ CLEMENTE
andre.clemente@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 17/12/2018 03:00

As pessoas e empresas pernambucanas têm nas mãos um grande poder: o de contribuir com a cidadania, desenvolvimento social e transformar a vida no estado. Trata-se da possibilidade de destinar parte do Imposto de Renda que tem a pagar diretamente para projetos sociais locais, escolhendo deixar em Pernambuco o que manda anualmente para o governo federal. Para se ter ideia, estima-se que, só de pessoas físicas, é possível direcionar R$ 160 milhões para organizações que trabalham nas áreas de saúde, cultura, entre outras áreas de ações sociais. No caso de empresas, menos de 10% das habilitadas utilizam desse mecanismo. A Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper) resolveu agir nesse sentido, com a criação da Câmara Temática de Responsabilidade Social, Solidariedade e Voluntariado, um instrumento que promete fazer empresas e organizações “conversarem”, promovendo um ganho de cidadania para o estado.

Segundo a Receita Federal, só por um modelo de doação, que desconta 3% do IR, a capacidade de doar seria de R$ 83 milhões aproximadamente. Na prática, apenas R$ 3 milhões foram realizados. As demais possibilidades variam de 1% a 6% do imposto a pagar, dependendo da escolha do contribuinte.

De acordo com a presidente da Câmara Temática de Responsabilidade Social, Solidariedade e Voluntariado, Aureci Chaves, o governo de Pernambuco resolveu reforçar a atenção para que o desenvolvimento econômico caminhe com o social, atuando ainda mais diretamente nesse meio de campo. “A AD Diper criou 33 câmaras para promover diálogos entre empresas e governo de forma mais direcionada e o desenvolvimento social ganhou espaço. A gente entendeu que o empresário pode participar direta ou indiretamente desse processo, o que não acontece, boa parte das vezes, por falta de conhecimento. O social pode ser transversal na atividade econômica dialogando com todos os agentes. A grande missão é essa”.

Um exemplo claro é o Aria Social, um projeto que realiza transformações em crianças e jovens por meio da dança, da música e da educação. O projeto passou a integrar a lista dos que podem receber essas doações em 2005 e desde então têm se tornado a principal receita da manutenção das atividades que atendem cerca de 450 crianças. Cecília Brennand, à frente do Aria Social, ressalta que a atenção que a AD Diper passa a dar com a câmara do setor pode representar um ganho ao estado. “Temos uma crise cultural que pode ser revertida com boas ações. As atividades do Aria, por exemplo, têm provocado resultados expressivos na vida das pessoas que integram o projeto porque além de inserir as crianças nas atividades, a gente qualifica esses cidadãos para serem multiplicadores. Alguns alunos já são professores de escolas nas comunidades e outros criadores de novos projetos onde vivem”.