PIB de Pernambuco cresce 1,9% em 2018
Segundo balanço, desempenho da economia do estado foi 72,7% superior aos números do Produto Interno Bruno do país no mesmo período: 1,1%
SÁVIO GABRIEL
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 19/03/2019 03:00
O ano de 2018 terminou com saldo positivo para a economia de Pernambuco. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado cresceu 1,9%, sendo 72,7% superior ao desempenho da economia do Brasil, que expandiu 1,1% no mesmo período. No total, a soma das riquezas produzidas em solo pernambucano atingiu R$ 182,7 bilhões e foi puxada, sobretudo, pelo setor automotivo, que registrou aumento de 21,3%, e pela expansão de serviços, a exemplo das atividades ligadas ao turismo e alimentação, com um aumento de 3,6%. Os números foram divulgados ontem pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem).
Com um peso de 76% no PIB pernambucano, o setor de serviços expandiu 1,7% em relação a 2017. Aqueles ligados ao turismo, à alimentação, ao entretenimento, além dos administrativos, dentre outros, têm um peso de 19,6% na composição global do setor, e cresceram 3,6%. “Os de alojamento e alimentação aumentam porque o consumo das famílias também cresce, assim como de empresas. No caso dos serviços técnicos e profissionais, depende do setor produtivo. Quanto mais a indústria e agropecuária crescem, mais demandam”, explicou Rodolfo Guimarães, gerente de estudos e pesquisas socioeconômicas. Na outra ponta, o segmento editorial (livros, jornais, revistas e papelaria) registrou uma queda de 19,1%. O resultado está ligado à crise que o setor vem passando em âmbito nacional.
Na indústria, que responde por 19,7% do PIB e registrou crescimento percentual de 2%, o destaque foi a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 21,3%. “A Fiat (Polo Automotivo da Jeep) faz seu papel de competir no mercado, produz, gera emprego e renda. O produto tem sido bem sucedido, pegou um filão que deu certo, (a companhia) está vendendo e gerando (impacto no) PIB”. A planta, localizada em Goiana, na Região Metropolitana, produziu 199 mil veículos dos modelos Renegade, Toro e Compass em 2018.
Na outra ponta, os produtos têxteis registraram queda de 9,4%, seguidos pelos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,9%). “São produtos como almofadas, puffs, travesseiros e semelhantes”, disse Guimarães, salientando que o resultado não leva em consideração o setor de vestuário e o polo de confecções. Sobre o mau desempenho dos derivados de petróleo, o grande problema está ligado diretamente à Refinaria Abreu e Lima (Rnest). “Ela processa menos barris que a capacidade máxima (são cerca de 115 mil por dia diante de uma capacidade de 230 mil)”. A não conclusão das obras da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox) e a falta do segundo trem de refino, que ampliariam a produção, são os principais motivos para a ociosidade do equipamento.
Em termos de crescimento percentual, a agricultura foi a que mais se destacou, com aumento de 5,3%, muito embora tenha uma representatividade de apenas 4,3% no PIB. O destaque foi para as lavouras permanentes, especialmente a produção de uva, banana, manga e maracujá que, juntas, cresceram 13,6%.
De acordo com a Condepe/Fidem, a expectativa é de que o PIB do estado cresça entre 2,5% e 3% neste ano. Na avaliação do economista Écio Costa, sócio fundador da Cedes Consultoria e Planejamento, é possível que o percentual seja atingido. “Os estados, em geral, têm volatilidade maior que o país. Pernambuco deve realmente destoar em relação à média nacional, já que aqui temos perspectiva de retomada de crescimento”.
PIB 2018
Brasil 1,1%
Pernambuco 1,9%
Sendo:
5,3% agropecuária
2,0% indústria
1,7% serviços
Maiores crescimentos
Indústria
Veículos automotores, reboques e carrocerias 21,3%
Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 20%
Sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos etc 16,2%
Agropecuária
Uva, banana, manga e maracujá 13,6%
Ovos e bovinocultura de corte 3,8%
Serviços
turismo, alimentação, serviços profissionais, administrativos etc 3,6%
Atividades imobiliárias e alugueis 3%
Intermediação financeira, seguros, previdência complementar etc 2,9%
Maiores quedas
Indústria
Produtos têxteis -9,4%
Produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis -7,9%
Outros produtos químicos -8,9%
Agropecuária
Cana-de-açúcar, feijão, milho, arroz e cebola -11%
Serviços
Livros, jornais, revistas e papelarias -19,1%
Tecidos, vestuário e calçados -8,3%
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -3,6%
Fontes: Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Com um peso de 76% no PIB pernambucano, o setor de serviços expandiu 1,7% em relação a 2017. Aqueles ligados ao turismo, à alimentação, ao entretenimento, além dos administrativos, dentre outros, têm um peso de 19,6% na composição global do setor, e cresceram 3,6%. “Os de alojamento e alimentação aumentam porque o consumo das famílias também cresce, assim como de empresas. No caso dos serviços técnicos e profissionais, depende do setor produtivo. Quanto mais a indústria e agropecuária crescem, mais demandam”, explicou Rodolfo Guimarães, gerente de estudos e pesquisas socioeconômicas. Na outra ponta, o segmento editorial (livros, jornais, revistas e papelaria) registrou uma queda de 19,1%. O resultado está ligado à crise que o setor vem passando em âmbito nacional.
Na indústria, que responde por 19,7% do PIB e registrou crescimento percentual de 2%, o destaque foi a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 21,3%. “A Fiat (Polo Automotivo da Jeep) faz seu papel de competir no mercado, produz, gera emprego e renda. O produto tem sido bem sucedido, pegou um filão que deu certo, (a companhia) está vendendo e gerando (impacto no) PIB”. A planta, localizada em Goiana, na Região Metropolitana, produziu 199 mil veículos dos modelos Renegade, Toro e Compass em 2018.
Na outra ponta, os produtos têxteis registraram queda de 9,4%, seguidos pelos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,9%). “São produtos como almofadas, puffs, travesseiros e semelhantes”, disse Guimarães, salientando que o resultado não leva em consideração o setor de vestuário e o polo de confecções. Sobre o mau desempenho dos derivados de petróleo, o grande problema está ligado diretamente à Refinaria Abreu e Lima (Rnest). “Ela processa menos barris que a capacidade máxima (são cerca de 115 mil por dia diante de uma capacidade de 230 mil)”. A não conclusão das obras da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox) e a falta do segundo trem de refino, que ampliariam a produção, são os principais motivos para a ociosidade do equipamento.
Em termos de crescimento percentual, a agricultura foi a que mais se destacou, com aumento de 5,3%, muito embora tenha uma representatividade de apenas 4,3% no PIB. O destaque foi para as lavouras permanentes, especialmente a produção de uva, banana, manga e maracujá que, juntas, cresceram 13,6%.
De acordo com a Condepe/Fidem, a expectativa é de que o PIB do estado cresça entre 2,5% e 3% neste ano. Na avaliação do economista Écio Costa, sócio fundador da Cedes Consultoria e Planejamento, é possível que o percentual seja atingido. “Os estados, em geral, têm volatilidade maior que o país. Pernambuco deve realmente destoar em relação à média nacional, já que aqui temos perspectiva de retomada de crescimento”.
PIB 2018
Brasil 1,1%
Pernambuco 1,9%
Sendo:
5,3% agropecuária
2,0% indústria
1,7% serviços
Maiores crescimentos
Indústria
Veículos automotores, reboques e carrocerias 21,3%
Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 20%
Sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos etc 16,2%
Agropecuária
Uva, banana, manga e maracujá 13,6%
Ovos e bovinocultura de corte 3,8%
Serviços
turismo, alimentação, serviços profissionais, administrativos etc 3,6%
Atividades imobiliárias e alugueis 3%
Intermediação financeira, seguros, previdência complementar etc 2,9%
Maiores quedas
Indústria
Produtos têxteis -9,4%
Produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis -7,9%
Outros produtos químicos -8,9%
Agropecuária
Cana-de-açúcar, feijão, milho, arroz e cebola -11%
Serviços
Livros, jornais, revistas e papelarias -19,1%
Tecidos, vestuário e calçados -8,3%
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -3,6%
Fontes: Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)