Um novo banco digital está surgindo com base tecnológica em Pernambuco. É o Z.ro Bank, o primeiro a aceitar bitcoins para a compra de serviços e produtos. Fintech do grupo BeT Câmbio, que tem mais de 35 lojas e 220 parceiros em todo o país, o Z.ro Bank surge para acompanhar a Z.ro pay lançada neste ano, que é a máquina de pagamento da startup. No comando dos dois está o pernambucano Edísio Pereira Neto, que deve lançar ainda a Z.ro Câmbio também no segundo semestre de 2019.

“Comecei com 16 anos trabalhando numa loja de câmbio aqui do Recife e montei minha própria rede de clientes fundando a Europa Câmbio, que é agora do Grupo B e T. O grupo comprou e me tornei responsável pela inovação da rede, foi então que criamos o Z.ro Bank e a Z.ro Pay, porque acreditamos que as criptomoedas são o futuro do dinheiro”, afirma o gestor. Segundo ele, o diferencial da marca é que as operações têm liquidação imediata, ou seja, o valor a ser recebido é definido na hora pelo preço do serviço e não é influenciado por variações na cotação dos bitcoins. “A gente vê as criptomoedas como uma moeda sem influência direta de política e governos. Não como um investimento. É uma forma mais fácil, prática e segura de consumir e realizar transações financieiras no mundo digital”, completa.

Em janeiro, a maquininha da Z.ro Pay foi testada em 200 estabelecimentos de São Paulo e Pernambuco e agora o produto chega ao mercado de forma definitiva. “A nossa máquina registra através de QR Code apenas as transações usando criptomoedas. Então, ela entra como uma forma de ampliar as opções de pagamentos dos estabelecimentos. Além disso, a cada operação nosso desconto é de 0,5% do valor da venda, uma escala até 10 vezes menor do que as taxas cobradas pelas operadoras tradicionais”, detalha.

Ainda segundo Edísio Pereira Neto, além das máquinas chegando no mercado e do lançamento do Z.ro Bank e Z.ro Câmbio, em menos de 10 dias, as lojas da Europa Câmbio do estado receberão bitcoins para compras de dólares. “O propósito dessa tecnologia sempre foi o de ser uma versão de dinheiro eletrônico, que permite que pagamentos online sejam enviados diretamente de uma pessoa para outra, sem a necessidade de várias instituições financeiras. Nossa proposta é desintermediar a cadeira financeira. Inclusive, estamos conversando com cinco grandes redes de e-commerce para, por exemplo, possibilitar a compra de passagens aéreas com bitcoins”, relata.

Mas, e há adesão aos bitcoins no Brasil e, principalmente, em Pernambuco? Pereira garante que sim. “Muita gente confunde cotação com adesão. Houve muita variação dos bitcoins em 2017 e 2018, mas isso não influenciou na adesão. Para se ter uma ideia, no ano passado, o dobro de pessoas se cadastraram nas corretoras de criptomoedas em relação ao número de pessoas cadastradas na bolsa”, revela. Vale ressaltar que a startup nasce do sucesso operacional de outra fintech de criptomoedas do grupo, a BitBlue, que em menos de um ano se tornou uma das cinco maiores do país. Atento ao aumento da demanda pelos ativos, no início de 2019 a BitBlue se uniu à CoinWISE, fabricante também pernambucana de produtos para o segmento de criptomoedas como vending machines (caixas eletrônicos) de Bitcoin.