OREA cria R milhões em obras A empresa desenvolveu os projetos do Memorial Star e da ampliação do Hospital Santa Joana e está preparando mais três empreendimentos

Etiene Ramos
dpempresas@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 25/05/2019 03:00

A instabilidade da economia brasileira não assusta gente que tem visão de futuro e aposta em demandas emergentes de grandes cidades, com mercados consolidados, como o Recife. É o caso do empresário José Aécio Filho, presidente da pernambucana Orea Empreendimentos que atua num nicho ainda pouco explorado em Pernambuco, o desenvolvimento imobiliário.

A empresa cria projetos para segmentos empresariais identificando novos negócios e oportunidades, busca parceiros no mercado, contrata a execução por construtoras e outros atores, e entrega a obra. “Também atuamos com incorporação mas a diferença é que identificamos necessidades do mercado. Somos ativos, fazemos acontecer, não somos convidados para executar projetos, nós criamos os projetos”, explica José Aécio Filho.

Criada em 2013, a empresa já garantiu investimentos de R$ 403 milhões no Recife com o projeto do Hospital Memorial Star, orçado em R$ 263 milhões, e que começa a ser construído em janeiro de 2020 em sociedade com a Rede D’Or São Luiz, e a ampliação do Hospital Santa Joana, que vai custar R$ 140 milhões. Os dois projetos serão erguidos com recursos próprios, nos próximos três anos, e vão gerar 2.100 empregos diretos e uma arrecadação de R milhões em ISS, por ano, para a Prefeitura do Recife.

Com a experiência da construção imobiliária da família Fernandes Vieira que, em 1979, fundou no Recife o Hospital Santa Joana, apresentando à cidade um novo conceito de hotelaria hospitalar, José Aécio Filho defende o preceito da disruptura por ideias que antecipam tendências e anseios que ainda estão no ar e, assim, promovem o desenvolvimento urbano e econômico. “O Recife é uma cidade grande, em qualquer lugar do mundo, e tem um polo de saúde que pode avançar com novos empreendimentos. Desenvolvemos o projeto e a Rede D’Or, a princípio não acreditou que haveria mercado, mas decidi fazer e a rede foi 1000%,  entrou como sócia imobiliária - a primeira sociedade que estabelece, mesmo tendo 45 hospitais no Brasil”, revela.Decidida a participar, a Rede D´Or São Luiz trouxe  a bandeira Star para o Nordeste, mostrando um novo padrão de tecnologia, luxo e conforto, com foco em oncologia. Só o Rio de Janeiro tinha esta bandeira que está sendo inaugurada em São Paulo e em Brasília este ano.

Na ampliação do Santa Joana, a Orea trabalha em parceria com a Evipar Empreendimentos, empresa dos antigos donos do hospital, vendido à Amil. A  ampliação irá, praticamente, duplicar o tamanho com o acréscimo de mais 16 mil m2 de área construída. “A expansão, com uma nova torre, terá uma estrutura moderna e equipamentos de última geração, ampliando nossa capacidade de atendimento e consolidando  o hospital como referência local e nacional de qualidade assistencial”, afirma o diretor executivo do Santa Joana, Alberto Cherpack.

Mais investimentos
Morando em Miami, nos Estados Unidos, José Aécio Filho vem observando os investimentos no mercado imobiliário americano que, segundo ele, podem muito bem ser “tropicalizados” para o Recife, de acordo com a renda local. Com o olhar atento de quem atuou por anos no polo médico, vendo o aumento do movimento de pacientes e acompanhantes e suas necessidades de acomodação e serviços de apoio, ele está desenvolvendo um projeto, já aprovado legalmente, para construir um flat no bairro da Boa Vista.

O investimento é da ordem de R$ 70 milhões e será executado em conjunto com a Evipar que também participa de outros dois projetos da Orea, ainda em desenvolvimento. Um deles é um residencial voltado às pessoas da terceira idade e o outro,  um empresarial que trará um mix de ofertas de serviços, conveniência e coworking. “Encontramos conceitos no mercado americano que têm todas as possibilidades de serem explorados no Recife, até mais do que nos Estados Unidos, porque temos problemas de violência e mobilidade urbana bem maiores do que os americanos”, observa . Apoiado em pesquisas de mercado, ele assegura que há carência de projetos adequados às nossas demandas.

Mas, segundo o empresário, há uma grande diferença na aprovação de projetos entre os órgãos responsáveis dos Estados Unidos e do Brasil: a vontade de resolver do poder público, de ajudar o investidor a superar a burocracia e fazer o projeto sair do papel. No entanto, frisa a boa surpresa de ter encontrado a mesma determinação americana na Prefeitura do Recife e no governo do estado, ressaltando que seu único pedido foi por celeridade na tramitação dos projetos. “Nesta fase de economia turbulenta, estamos tendo coragem de investir, mas a obra só fica de pé quando batemos a primeira estaca. Até lá, é só um projeto”, pontua.