CÚPULA » Ideia de moeda única no Mercosul

Publicação: 18/07/2019 03:00

O ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, disse ontem considerar “muito interessante” a ideia de uma moeda única no Mercosul. Segundo ele, um estudo será feito para apontar as potenciais vantagens e quais serão as mudanças necessárias para que a moeda seja criada.

O assunto já havia sido trazido à tona pelo ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, na última viagem que fez à Argentina. A moeda, que atenderia Brasil e Argentina, se chamaria peso real. Na terça-feira, no entanto, Guedes voltou atrás e disse que a ideia de uma moeda comum estava “ num horizonte mais distante”. Diferentemente do que Guedes havia sinalizado, Dujovne apontou para a criação de uma moeda única para todo o Mercosul.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse, durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina, que o acordo com a União Europeia representa “resultado concreto” de uma nova orientação do bloco, sem viés ideológico. “Quero aproveitar ocasião para firmar o compromisso do governo para modernização e abertura do bloco. Sem viés ideológico, que tanto critiquei enquanto parlamentar. Vencemos essa barreira”, afirmou.

Bolsonaro disse que quer trabalhar para um Mercosul “mais enxuto e dinâmico” e que pretende, como novo presidente pró-tempore do bloco, continuar com o trabalho argentino de extinguir comissões que estão obsoletas.

O presidente afirmou que, externamente, o Brasil quer, à frente do Mercosul, dar prosseguimento aos fechamentos de acordos com outros países. A posição do presidente brasileiro foi endossada pelo chefe de Estado argentino, Mauricio Macri. “Acordo com União Europeia não é ponto de chegada, é ponto de partida”, disse. Nos últimos dias, os técnicos dos quatro países do bloco sinalizaram que há acordos já engatilhados com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta, na sigla em inglês) e com o Canadá.

PREVIDÊNCIA

Bolsonaro voltou a se referir ao tratamento usado em casos de câncer para falar sobre ajustes que têm de ser feitos na economia brasileira. Afirmou que a reforma da Previdência é uma “quimioterapia” necessária para o país. Complementou que interessa aos países da América do Sul e do Mercosul que a economia brasileira esteja bem, e, reiterou, a reforma é necessária para isso. (Agência Estado)