BNB trará Hubine para o Porto Digital O Banco do Nordeste vem se integrando às iniciativas de inovação para estimular clientes a investir na transformação digital

ETIENE RAMOS
dpempresas@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/09/2019 03:00

O Banco do Nordeste e o Porto Digital estão negociando a vinda de uma unidade da rede de inovação do banco, o Hub Inovação Nordeste (Hubine), instalada em 2016, em Fortaleza, e em Salvador, em 2018. A previsão é que ela comece a operar até o final do ano, na Jump, espaço de aceleração do Porto Digital, como mais uma iniciativa para estimular o empreendedorismo em tecnologia do Bairro do Recife.

O convênio está em preparação mas deve ser construído a partir do modelo já implantado, abrindo espaço de coworking para dez startups e promovendo a articulação entre os empreendedores e empresas. “Realizamos encontros empresariais para aproximar as startups e os clientes do BNB, além de eventos e capacitações, incentivando a transformação digital da indústria 4.0, mostrando a importância de inovar. Setorizamos clientes, como as micro e pequenas empresas, por exemplo, para palestras de sensibilização, numa linguagem bem acessível a fim de desmistificar a ideia de que tecnologia é só para públicos bem específicos. Nosso objetivo é democratizar inovação e incentivar o empreendedorismo”, comenta Ana Paula Santos Machado, gerente de projetos do BNB em Pernambuco.  A gerente do Setor de Negócios do Porto Digital, Mariana Pinkovsky, afirma que uma das propostas em negociação é a inclusão da metodologia de incubação do Porto Digital que prevê monitoramento e mentoria para as startups, agregando valor ao Hubine.

A linha FNE Inovação, criada em 2009, oferece crédito para investimentos em inovação pelas empresas de todos os portes e segmentos no âmbito do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), gerido pelo BNB. Mas, segundo a gerente, ela vem sendo acessada por empresas mais maduras. O mercado espera uma linha específica para startups e, segundo o superintendente em Pernambuco, Ernesto Lima Cruz, ela pode ser oferecida a partir de 2020. “Estamos estudando uma forma de contemplar as startups e pode ser via  FNE, considerando o potencial de negócios nesse ecossistema de inovação que tem a ver com o desenvolvimento econômico, nossa bandeira de atuação”, declara, adiantando que mantém conversas com o Porto Digital e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), entre outas instituições, sobre o tema.

FNE para 2020
O volume de recursos do FNE programado para 2020 é de R$ 29,2 bilhões, valor superior aos R$ 27, 7 bilhões, contando com um acréscimo de R$ 4 bilhões liberados em maio passado na reunião da após reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Mas, até agosto, 64% dos recursos já estavam contratados, somando R$ 17,9 bilhões e, considerando cartas consultas e propostas de todos os setores atendidos pelo FNE, que estão em carteira, 2019 deve fechar com 31,6 bilhões em contratações.

As previsões foram anunciadas na última quarta, na reunião estadual para apresentação da programação do FNE a representantes de segmentos do empresariado e do governo estadual, na superintendência de Pernambuco, no Recife, com a presença de diretores do BNB e da Sudene. Segundo Ernesto Lima Cruz, dos R$ 3,9 bilhões destinados a Pernambuco este ano, dos quais R$ 2,155 bilhões para crédito tradicional, R$ 997 milhões foram liberados até julho, além de outros R$ 401 milhões dos R$ 1,7 bilhão destinados à infraestrutura. “Vamos bater a meta até o final de 2019 e, se houver demanda por mais recursos, podemos fazer aportes de outros estados”, afirmou Lima.  

O setor de Comercio e Serviços vem liderando a tomada de financiamentos, com 44,8% dos R$ 446, 027 disponíveis este ano. Para 2020, a proposta é destinar R$ 658 milhões.

Seguindo a orientação da presidência do BNB de avançar na liberação de crédito para as Micro e Pequenas Empresas (MPE), a superintendência em Pernambuco já aplicou R$ 315 milhões dos R$ 410 milhões previstos para este segmento e prevê que, para 2020, a meta vai subir para R$ 500 milhões. A articulação com entidades empresariais como a Federação das Indústrias, a Federação das Micro e Pequenas Empresas e Associação Comercial de Pernambuco, segundo Ernesto Lima Cruz, tem favorecido a realização dos contratos, com aumento da demanda por crédito. “Procuramos trazer pessoas para a formalidade e o turismo é uma das saídas para gerar emprego e renda, assim como a inovação”, revela.