COMéRCIO & SERVIçOS » Plataforma Apta alavanca Joy Street Criada para revolucionar o EaD, ela vem gerando novos negócios baseados em games para educação

Etiene Ramos
dpempresas@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/09/2019 03:00

A Joy Street, empresa do pedagogo Luciano Meira e do empreendedor na indústria de vídeogames Fred Vasconcelos, está ganhando os mercados corporativo e de educação técnica e superior com a plataforma Apta. Lançada há três anos, segundo Meira, para criar uma transformação radical no Ensino a Distância (EaD), ela usa games com missões e desafios para estimular a aprendizagem.

O formato vem da experiência da Joy Street com a Olímpiada de Jogos Digitais e Educação (OJE), plataforma de jogos e questões para educação pública básica no Ensino Fundamental 2 (OJE Basics) e no Ensino Médio (OJE Teens. Primeiro trabalho da empresa, criada em 2010, a OJE já rendeu onze premiações em inovação, entre elas o European Seel of Excellence, criado pelo European Seel of Excelence, entregue em 2013, na Alemanha, e foi aplicada em escolas públicas estaduais de Pernambuco, Acre e Rio de Janeiro, além do Recife, onde continua a ser usada. “Resolvemos apostar numa plataforma de EaD com componentes de jogos para o ensino técnico com uma nova ideia de missão e desafios na trilha de aprendizagem. A missão dá um senso de propósito e dá autoria ao aprendiz com uma pegada lúdica que vai levando à decisões pragmáticas”, explica Luciano Meira, professor de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Lemann Fellow, com mestrado em Psicologia Cognitiva e PD em Educação Matemática pela Universidade da Califórnia.

Um exemplo é o curso técnico de Moda, criado para o Armazém da Criatividade, em Caruaru, braço do Porto Digital, que propõe aos alunos a criação de uma coleção de moda, não de confecções, valorizando a cadeia econômica da região, centrada na produção de vestuário. A produção dos cursos envolve uma equipe multidisciplinar para desenvolver habilidades profissionais e vem sendo adotada por clientes como a SulAmérica e a Mondelez. “A Apta é B2B, não vendemos para o usuário final, trabalhamos com empresas e instituições que vão usá-las no ensino”, afirma Luciano que é Chief of Science and Inovation (CSI) da Joy Street.

Outras aplicações
A plataforma vem avançando e resolvendo problemas de clientes como o Cesar que precisava selecionar candidatos para o programa Summer Job e, com cerca de mil currículos recebidos, precisou mobilizar 30 pessoas para a tarefa. “Desenvolvemos uma trilha de aprendizagem que é possível ver não apenas o currículo mas avaliar o potencial dos candidatos, por meio de algoritmos, e antecipando conteúdos iniciais sobre empreendedorismo e inovação que vai gerar um ranking e o engajamento dos candidatos ao programa”, explica Meira. Segundo ele, o modelo traz duas consequências aos participantes: os selecionados já entram sabendo sobre empreendedorismo e inovação e os que não passaram, além de fazer um curso gratuito, recebem um feedback sobre o que precisam aprender, que competências estão faltando – um diferencial em relação a outras seleções.

Com 35 dos 60 funcionários da Joy Street voltados para a Apta, a plataforma vem criando soluções e novos negócios como o Shared Education, em parceria com o Grau Superior, do grupo Grau Técnico, e o irmão, o cientista Sílvio Meira. A Shared vai atender faculdades de pequeno e médio porte, com até mil alunos, que têm dificuldades em produzir EaD ou fazem com baixa qualidade, oferecendo as disciplinas científicas dos cursos. Pela legislação, as faculdades de ensino presencial podem ter até 40% de EaD mas, em geral, executam 20% e esta média pode ser atendida em pacotes de 15 disciplinas para cumprir a grade curricular.

Seguindo a própria comparação de plataforma digital com organismos vivos, Luciano Meira mantém, na prática, a tese de que no meio digital não se pode parar nunca de criar e já está trabalhando em novo projeto para 2020. Sem passar detalhes, ele adianta que está em negociação com um grande grupo de ensino superior para abrir uma escola de desenvolvedores em tecnologia. A ideia é suprir a crescente demanda do Porto Digital com formação em escala de bons desenvolvedores.