COMéRCIO & SERVIçOS » Veneza aquece turismo do Litoral Norte O parque aquático comemora 20 anos e reabre com novas atrações, incentivando a economia da região

Publicação: 21/09/2019 03:00

O Veneza Water Park, o principal equipamento de lazer e turismo do Litoral Norte de Pernambuco, instalado na praia de Maria Farinha, em Paulista, comemora 20 anos e a superação de problemas administrativos e financeiros que, por pouco, não resultaram no naufrágio do empreendimento. A temporada 2019-2020 foi aberta no final de agosto com uma nova área infantil, remodelagem na piscina de ondas e a chegada do Vai &Vem, um dos brinquedos mais disputados dos parques brasileiros.

O investimento, na faixa de R$ 600 mil, segundo o gestor do parque, Felipe Andrade, só foi possível com a reestruturação da empresa e a quitação de dívidas que chegaram a R$ 5 milhões – a maior parte em impostos. “Terminamos de pagar tudo em 2017 e estamos retomando nosso público alvo, do início do projeto. São turistas, de outras cidades e estados, e famílias pernambucanas que procuram uma boa diversão”, diz Andrade, anunciando um roteiro gastronômico e apresentações teatrais entre as novidades.  Com as mudanças, o gestor observa ainda um aumento do público de maior poder aquisitivo que havia diminuído nos últimos anos.

Mesmo assim, segundo ele, o Veneza Water Park vem mantendo uma média de crescimento em torno de 10% ao ano e, para 2019, estima um faturamento entre R$ 5,5 milhões e R$ 6 milhões.

Antes de falecer, o fundador do Veneza, o empresário Teones Barbosa, convocou Felipe Andrade – que já havia sido supervisor do parque - para ser o gestor administrativo e evitar o afundamento financeiro. Isso foi em 2007 e o desafio era restaurar a empresa e reverter a situação delicada de até três meses de salários atrasados, parte da estrutura danificada e dívidas com fornecedores. Tudo contribuindo para reduzir a frequência dos usuários.  “Fora do parque, via uma situação muito triste, vendo a hora de se cumprir a ‘tese’ de que nada dá certo em Maria Farinha. Tinha um timing da diretoria para fazer acontecer. Graças a Deus deu certo. Com o funcionamento a região ganha mais movimento, inclusive o comércio informal. Foi um processo de muito aprendizado, num segmento difícil em que é preciso criatividade e engenhosidade”, declara o gestor, que já ficou  conhecido como ‘Felipe do Veneza’.

A sua primeira iniciativa foi fechar nos meses não rentáveis, entre abril e agosto, e só abrir as portas para o verão, entre setembro e março, considerando que um parque aquático depende muito do clima e as chuvas atrapalhavam o negócio.  Outra ação para reduzir os custos foi um acordo trabalhista para que a maioria dos funcionários passassem a ser horistas, com salário mensal que cobre, no mínimo, 100 horas trabalhadas.      No verão, o parque chega a ter mais de 200 empregados diretos e, no período chuvoso, ficam só 25, contratados pelas regras da CLT, para a manutenção dos brinquedos e da estrutura física espalhada em 90 mil metros quadrados. “O Veneza movimenta toda a economia da região. Bares, restaurantes, hotéis e pousadas do entorno comemoram cada nova temporada “, revela Andrade.

Conveniado a duas mil empresas, o Veneza atende vários nichos do lazer e faz parcerias com agências de turismo, escolas e entidades de classe, contando com a divulgação boca a boca e as mídias sociais para acelerar o movimento no verão. Vendas pelo próprio site e canais promocionais como o Peixe Urbano, além das casas lotéricas – inciadas há quatro anos - facilitam o acesso dos clientes. Mas, mesmo com capacidade para 5.500 pessoas, a administração prefere evitar lotação completa e já considera razoável a média de 2.600 clientes do último final de semana.