O brilho da economia prateada
Na melhor idade, 30 milhões de brasileiros já movimentam R$ 1,6 trilhão por ano e mal foram descobertos pelas marcas
ETIENE RAMOS
economia@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 09/11/2019 03:00
A ‘Turma da terceira idade’ está empoderada. A crescente população de fios brancos, tingidos ou não, agora é chamada de seniores, responsáveis no Brasil pela movimentação de R,6 trilhão por ano. Um mercado promissor, pouquíssimo explorado pelas marcas e cheio de oportunidades para novos empreendimentos.
A pesquisa Tsunami Prateado, realizada em 2018 pela consultoria Hype60+ e a Pipe.Social, com 2.242 pessoas maduras em todo o país e de todas as classes sociais, mostra hábitos comportamentais, de consumo e tendências de um universo instigante que começa a ser descoberto.
“O Brasil não se preparou para o envelhecimento e estamos num ritmo muito rápido. É tudo muito novo para as empresas, é quase uma cegueira. Mas isso precisará mudar cada vez mais rápido com os consumidores envelhecendo. Quem não olhar para os maduros, vai perder negócios, quando bate no bolso deixa de ser um assunto de diversidade e inclusão e passa a ser estratégico para as empresas”, analisa a publicitária Layla Vallias, uma das coordenadoras do estudo.
Primeira no país, a Tsunami 60 surgiu num cenário sem informações de mercado e comportamento sobre os seniores que, segundo o IBGE, chegou a 30 milhões de brasileiros no ano passado, bem antes das estimativas de que este número seria atingido só em 2025. A sonhada longevidade vem no avanço da medicina, hábitos mais saudáveis e redução das taxas de natalidade e traça previsões de que, em 2050, seremos 68,1 milhões de idosos, tornando o Brasil o sexto no mundo com maior parcela da população 60 .
No país, seis em cada dez brasileiros a partir de 55 anos têm renda individual que representa a metade da renda bruta familiar e 64% deles se tornam provedores de suas famílias. Mas, segundo Lallya Valias, o mercado ainda não atentou para o oceano prateado que este público representa e, muitas vezes, por ageísmo – preconceito contra idosos. “Debatemos os millenials enquanto o planeta envelhece e a economia prateada se torna a terceira maior do mundo. São muitos silvers dólares desperdiçados”, comenta.
Seja por falta de visão ou ageísmo – notado em marcas que não querem parecer velhas por atender aos idosos – a verdade é que os 60 querem e podem comprar, de tudo. De acordo com a Tsunami 60 , a cada dez consumidores acima de 55 anos, quatro reclamam da falta de produtos e serviços voltados para eles e as mulheres lideram as reclamaçõe (43%). As maiores demandas são para vestuário, calçados e acessórios (56%); alimentos para necessidades específicas (40%); serviços de turismo (36%); cursos no geral (31%); soluções para adaptação da casa (28%); produtos de beleza e higiene pessoal (27%); e cursos de línguas e intercâmbio (22%).
Mas engana-se quem pensa que eles estão longe do mundo digital. O smartphone está nas mãos de 92% dos prateados e 51% deles já passaram dos 75 anos. A maioria, 81%, acessa as redes sociais e, entre elas, 87% preferem o Facebook, enquanto 82,5% usam o WhatsApp para falar com amigos, 26% para trabalhar e 19% para comprar. A internet é usada por 80% dos entrevistados para pesquisas. Outros 60% usam o celular para acessar o banco e 55% para pedir táxi ou Uber. “Os maduros estão descobrindo uma nova profissão: a de influenciadores digitais. Pessoas que querem continuar trabalhando, principalmente mulheres, e vêm descobrindo na internet uma forma de se comunicar e ganhar dinheiro. Criamos a área Silver Maker e estamos formando os influenciadores e ajudando as marcas e as pessoas a se aproximarem”, revela Layla Vallias.
Tsunami Prateado
Principais achados da pesquisa realizada com 2.242 seniores em todo o Brasil:
CONSUMO
A pesquisa Tsunami Prateado, realizada em 2018 pela consultoria Hype60+ e a Pipe.Social, com 2.242 pessoas maduras em todo o país e de todas as classes sociais, mostra hábitos comportamentais, de consumo e tendências de um universo instigante que começa a ser descoberto.
“O Brasil não se preparou para o envelhecimento e estamos num ritmo muito rápido. É tudo muito novo para as empresas, é quase uma cegueira. Mas isso precisará mudar cada vez mais rápido com os consumidores envelhecendo. Quem não olhar para os maduros, vai perder negócios, quando bate no bolso deixa de ser um assunto de diversidade e inclusão e passa a ser estratégico para as empresas”, analisa a publicitária Layla Vallias, uma das coordenadoras do estudo.
Primeira no país, a Tsunami 60 surgiu num cenário sem informações de mercado e comportamento sobre os seniores que, segundo o IBGE, chegou a 30 milhões de brasileiros no ano passado, bem antes das estimativas de que este número seria atingido só em 2025. A sonhada longevidade vem no avanço da medicina, hábitos mais saudáveis e redução das taxas de natalidade e traça previsões de que, em 2050, seremos 68,1 milhões de idosos, tornando o Brasil o sexto no mundo com maior parcela da população 60 .
No país, seis em cada dez brasileiros a partir de 55 anos têm renda individual que representa a metade da renda bruta familiar e 64% deles se tornam provedores de suas famílias. Mas, segundo Lallya Valias, o mercado ainda não atentou para o oceano prateado que este público representa e, muitas vezes, por ageísmo – preconceito contra idosos. “Debatemos os millenials enquanto o planeta envelhece e a economia prateada se torna a terceira maior do mundo. São muitos silvers dólares desperdiçados”, comenta.
Seja por falta de visão ou ageísmo – notado em marcas que não querem parecer velhas por atender aos idosos – a verdade é que os 60 querem e podem comprar, de tudo. De acordo com a Tsunami 60 , a cada dez consumidores acima de 55 anos, quatro reclamam da falta de produtos e serviços voltados para eles e as mulheres lideram as reclamaçõe (43%). As maiores demandas são para vestuário, calçados e acessórios (56%); alimentos para necessidades específicas (40%); serviços de turismo (36%); cursos no geral (31%); soluções para adaptação da casa (28%); produtos de beleza e higiene pessoal (27%); e cursos de línguas e intercâmbio (22%).
Mas engana-se quem pensa que eles estão longe do mundo digital. O smartphone está nas mãos de 92% dos prateados e 51% deles já passaram dos 75 anos. A maioria, 81%, acessa as redes sociais e, entre elas, 87% preferem o Facebook, enquanto 82,5% usam o WhatsApp para falar com amigos, 26% para trabalhar e 19% para comprar. A internet é usada por 80% dos entrevistados para pesquisas. Outros 60% usam o celular para acessar o banco e 55% para pedir táxi ou Uber. “Os maduros estão descobrindo uma nova profissão: a de influenciadores digitais. Pessoas que querem continuar trabalhando, principalmente mulheres, e vêm descobrindo na internet uma forma de se comunicar e ganhar dinheiro. Criamos a área Silver Maker e estamos formando os influenciadores e ajudando as marcas e as pessoas a se aproximarem”, revela Layla Vallias.
Tsunami Prateado
Principais achados da pesquisa realizada com 2.242 seniores em todo o Brasil:
CONSUMO
- Os prateados movimentam, anualmente, R$ 1,6 trilhão
- Em 2050, serão mais de 68,1 milhões de brasileiros
- Seis em cada dez com 55 têm renda individual que é metade da renda bruta familiar
- 92% dos prateados possuem smartphone
- 51% entre os 75 - 81% acessam redes sociais
- 87% preferem o Facebook - 82,5% usam WhatsApp para falar com amigos
- 26% para trabalhar
- 19% para comprar - 80% pesquisam na internet
- 55% pedem táxi e UBER
- 60% acessam o banco
- 79% sonham em viajar – independente da faixa etária e classe social
- 49% vão a shoppings e outros espaços de compra
- 93% são bancarizados e investem em produtos e serviços para o futuro
- 98% entre os da classe A
- 83% das classes C, D e E
Saiba mais...
Geração Xmais e Riomar na longevidade