Nordeste à espera de menos tributos
Levantamento realizado pela Amcham mostra que empresários do Nordeste esperam para este ano avanços na reforma tributária
Patrícia Monteiro
Especial para o Diario
patricia.monteiro@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 22/01/2020 03:00
Após os conturbados capítulos da Reforma da Previdência, escritos durante o ano de 2019, o ano que se inicia traz um novo episódio na história das contas públicas do país: a Reforma tributária. Neste caso, a conclusão promete ser mais intricada visto que há vários projetos correndo em paralelo na disputa pelo protagonismo. Para o empresariado nordestino, entretanto, independente de como se desenrole a narrativa, o importante é a aprovação da reforma, de acordo com a pesquisa Competitividade da Região Nordeste. O estudo foi realizado pela Amcham com 76 empresários e executivos graduados do Nordeste, dos mais variados setores. De acordo 51,3% deles, a validação da mesma é essencial para o desenvolvimento da região. A pesquisa também mostrou quais, para eles, são os principais desafios e potenciais econômicos locais para 2020.
“Nosso sistema tributário é absolutamente caótico porque foi concebido nos anos 60 para um país em processo de industrialização. Ele caducou, envelheceu. Atualmente, é oneroso, ineficiente e regressivo para a economia. É, ainda, profundamente desigual porque se baseia fundamentalmente em impostos indiretos”, analisa o economista e sócio da CEPLAN Consultoria Econômica e Planejamento, Jorge Jatobá, um dos entrevistados da pesquisa.
Urbano Vitalino Neto, sócio-presidente da Urbano Vitalino Advogados, é outro empresário que fez parte do estudo e que ressalta a necessidade da aprovação da reforma. “A complexidade tributária atual é um entrave que retarda o desenvolvimento econômico não só do Nordeste, mas de todo o país. O maior entrave é conciliar os interesses dos entes e dos contribuintes, uma vez que a expectativa da reforma está atrelada à facilitação na apuração dos tributos e, em contrapartida, da fiscalização”, afirma.
Além da reforma tributária, os empresários também mencionaram como necessária a implementação do Programa de Privatizações e Concessões (18,4%), do Marco regulatório de Ciência, Tecnologia e Inovação (13,1%) como reformas essenciais ao futuro do Nordeste. O Marco do Saneamento (9,2%) e a Reforma Administrativa (7,9%) também foram questões levantadas. “Nossa região tem polos de tecnologia como o Porto Digital e o de Campina Grande. Todo esforço que possa proteger e incentivar esses clusters produtivos devem ser estimulados e preservados”, ressalta Vitalino Neto.
De acordo com Alessandra Andrade, superintendente da Região Nordeste da Amcham-Brasil, a região, assim como o Brasil, depende de reformas estruturais para se desenvolver. “Nossa região é rica de potencial e tem atrativos de negócios que fazem a diferença.
Competitividade nordestina // O que dizem os empresários
Estados mais competitivos:
Pernambuco 46%
Ceará 30,3%
Bahia 22,4%
Rio Grande do Norte 1,3%
Vantagens da região:
Indicaram a existência de centros de tecnologia 30,9%
Localização geográfica 28,1%
Facilidades logísticas 18,7%
Incentivos fiscais 12,2%
Mão de obra qualificada 10,1%
Previsão de investimentos:
Pretendem expandir suas operações em 2020 35,5%
Apostarão em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços 23,7%
Em melhoria da produtividade 18,4%
“Nosso sistema tributário é absolutamente caótico porque foi concebido nos anos 60 para um país em processo de industrialização. Ele caducou, envelheceu. Atualmente, é oneroso, ineficiente e regressivo para a economia. É, ainda, profundamente desigual porque se baseia fundamentalmente em impostos indiretos”, analisa o economista e sócio da CEPLAN Consultoria Econômica e Planejamento, Jorge Jatobá, um dos entrevistados da pesquisa.
Urbano Vitalino Neto, sócio-presidente da Urbano Vitalino Advogados, é outro empresário que fez parte do estudo e que ressalta a necessidade da aprovação da reforma. “A complexidade tributária atual é um entrave que retarda o desenvolvimento econômico não só do Nordeste, mas de todo o país. O maior entrave é conciliar os interesses dos entes e dos contribuintes, uma vez que a expectativa da reforma está atrelada à facilitação na apuração dos tributos e, em contrapartida, da fiscalização”, afirma.
Além da reforma tributária, os empresários também mencionaram como necessária a implementação do Programa de Privatizações e Concessões (18,4%), do Marco regulatório de Ciência, Tecnologia e Inovação (13,1%) como reformas essenciais ao futuro do Nordeste. O Marco do Saneamento (9,2%) e a Reforma Administrativa (7,9%) também foram questões levantadas. “Nossa região tem polos de tecnologia como o Porto Digital e o de Campina Grande. Todo esforço que possa proteger e incentivar esses clusters produtivos devem ser estimulados e preservados”, ressalta Vitalino Neto.
De acordo com Alessandra Andrade, superintendente da Região Nordeste da Amcham-Brasil, a região, assim como o Brasil, depende de reformas estruturais para se desenvolver. “Nossa região é rica de potencial e tem atrativos de negócios que fazem a diferença.
Competitividade nordestina // O que dizem os empresários
Estados mais competitivos:
Pernambuco 46%
Ceará 30,3%
Bahia 22,4%
Rio Grande do Norte 1,3%
Vantagens da região:
Indicaram a existência de centros de tecnologia 30,9%
Localização geográfica 28,1%
Facilidades logísticas 18,7%
Incentivos fiscais 12,2%
Mão de obra qualificada 10,1%
Previsão de investimentos:
Pretendem expandir suas operações em 2020 35,5%
Apostarão em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços 23,7%
Em melhoria da produtividade 18,4%