Um aplicativo internacional, o BlaBlaCar, usa a internet para rentabilizar o velho e bom hábito de dar e pegar carona – com um preço sempre abaixo dos transportes convencionais. Quem se cadastra e oferece carona ganha um reforço para o combustível e o caronista paga menos e ganha tempo e conforto. Em comum, ambos têm a oportunidade de fazer novas amizades.

Assim, todas as segundas-feiras, às 06h00, o gerente regional da rede de supermercados Menor Preço, Artemio Macedo, sai do bairro do Derby, no Recife, com destino a João Pessoa, na Paraíba, levando até três pessoas de carona que o acionam por meio do BlaBlaCar. Aos sábados, faz o caminho de volta, às vezes até com os mesmos companheiros da viagem do começo da semana. Além da camaradagem, todos ganham. O gerente cobra R$ 25,00 por pessoa, menos do valor máximo de R,00 - sugerido pelo app para o percurso de 120 quilômetros – e bem abaixo da passagem do ônibus interestadual que custa R$ 44,80.

Para Artemio, que começou a usar o app como carona, há dois anos, quando foi trabalhar na Paraíba e estava sem carro, o modelo veio para ficar e as empresas de transporte precisam encarar esta e outras mudanças que surgem a toda hora. “O que recebo dá pra cobrir o combustível. E, além da economia, o mais interessante é ter gente para conversar no caminho, ajudando a espantar o sono se não tiver dormido bem”, comenta.

Já colecionando histórias das tantas viagens, Artemio conta também alguns pontos negativos como o dos caronistas acharem que estão adquirindo um serviço de transporte alternativo e que quem oferece carona precisa apanhar ou levar em casa. “Tem gente que ainda não entende que o formato é de ganha-ganha ou não lê bem as condições que colocamos no app. No meu caso, não aceito cachorros e faço questão de pontualidade porque tenho horário para chegar no trabalho”, completa.

Outro app de carona, o Waze Carpool vem ajudando muita gente a economizar, também, dentro das cidades. É o caso de Frederico Teixeira que, ao contrário de Artemio Macedo, começou oferecendo caronas entre sua casa, na Imbiribeira, e o trabalho, na sede da Prefeitura do Recife e, em dezembro passado, mudou-se para o banco do passageiro.

Para ficar mais popular no mercado, o app está pagando parte do valor da carona e com o incentivo Teixeira paga só R$ 4,00 pelo trecho que custa R$ 7,00. “O principal fator é a redução de custo. Com a gasolina mais cara compensa deixar o carro em casa para ser usado pela família enquanto estou trabalhando”, diz, ressaltando que o fator segurança do Waze Carpool contribuiu com a decisão pelo novo estilo de ir e vir. “Este app é mais direcionado para quem trabalha, não pode se tornar uma fonte de renda, como os apps de transporte. Ele pede o e-mail corporativo e verifica para garantir mais segurança a quem oferece carona”, avalia Frederico Teixeira.