Entrevista - Douglas Cintra // Superintendente da Sudene

Publicação: 15/02/2020 03:00

Integração
Desde que assumiu a Superintendência, Cintra destaca que vem buscando integrar, cada vez mais, os atores regionais. Para isso, vem construindo parcerias, como a que foi estabelecida com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que visa recuperar 670 poços artesianos no Nordeste, beneficiando mais de 134 mil pessoas. Ainda em dezembro, a Sudene e o BNDES assinaram um acordo de cooperação, voltado para a estruturação de parcerias público-privadas, concessões e organização que viabilizem projetos na região, especialmente na infraestrutura. Com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o trabalho em conjunto está focando em cursos de especialização e pesquisa.

Segurança pública
No final de janeiro, a autarquia sediou um evento sobre segurança pública, que reuniu o então ministro da Cidadania, Osmar Terra; o secretário Nacional de Segurança Pública, general Guilherme Teophilo; e o coordenador-geral de Políticas para a Sociedade da Senasp, coronel José Arnon dos Santos Guerra. A Sudene formou parceria com o Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública e Defesa Social de Pernambuco (Conseg/PE) para debater o tema, “transformando-se no mais novo centro de discussão sobre ações de segurança pública para a região”.

Empresários
A Sudene reuniu empresários do setor agromecânico, especialistas, produtores rurais e representantes de empresas de mecanização agrícola, no início deste mês, com o objetivo de estimular a pesquisa e o desenvolvimento de inovações tecnológicas para o setor agroindustrial. Recentemente, Cintra recebeu representantes de centros educacionais de Pernambuco, que vieram em busca de parcerias na área de educação superior.

Outras prioridades
Na atual gestão, o superintendente enfatiza que está sendo priorizado, ainda, o desenvolvimento da agricultura, principalmente a familiar, que contará com apoio integrado e articulado de assistência técnica, crédito, comercialização para aumento da produtividade e melhoria na qualidade dos produtos. A ideia é elevar a renda e o emprego, além de contribuir para a segurança alimentar. “Apostar na inovação para ampliar o desenvolvimento é um dos caminhos escolhidos pela Sudene e a agricultura é um dos setores contemplados”. A proposta é utilizar as novas tecnologias em áreas prioritárias, incluindo a produção de alimentos. Douglas Cintra destaca que “essa visão está alinhada com as ideias do presidente Jair Bolsonaro de buscar, efetivamente, ações que levem as pessoas a produzirem mais, gerando mais riqueza, possibilitando um maior desenvolvimento e caminhando pra diminuir a histórica e elevada diferença de renda per capita em relação ao restante do país”.

Meio ambiente

Cintra defende o desenvolvimento de forma equilibrada e propõe que seja ampliado o uso de energia renovável e ambientalmente sustentável. “No Nordeste, a energia eólica é altamente relevante, pois na região água e vento se complementam: os dois meses em que menos chove são exatamente aqueles em que os ventos sopram com mais força”.

FNDE
O superintendente reforça que o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Superintendência, pode ser um grande aliado para o desenvolvimento sustentável. Em janeiro, a diretoria colegiada da Sudene aprovou consulta prévia de quatro novos parques eólicos, que serão implantados no Rio Grande do Norte e pretendem contar com recursos do FDNE. A perspectiva é que os empreendimentos gerem 834 empregos diretos e 1.405 indiretos durante a fase de implantação das usinas. De acordo com valores informados pelas empresas, os quatro projetos somam R$ 806,3 milhões em investimentos e podem receber até R$ 483,7 milhões em recursos do fundo administrado pela superintendência.

FNE
Além do FDNE, a Sudene conta também com o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste, que, juntos, somam cerca de R$ 30 bilhões a serem aplicados na área de atuação da autarquia em 2020. Cerca de 30% desse montante será destinado à infraestrutura regional. Cintra acredita que Brasil e o Nordeste começam a viver um novo tempo. Afirma também que “o povo nordestino sabe ser grato e saberá reconhecer o trabalho do presidente Bolsonaro por todo o investimento que ele planeja fazer na infraestrutura da região”. Na avaliação do superintendente da Sudene, o momento é propício para o Nordeste, pois “vamos trabalhar para acompanhar o ritmo de mudanças favoráveis que acontecem no país”. Cintra exemplifica que, em um ano, o governo federal reduziu em mais de 20% as mortes no país, “ao apresentar soluções para os altos índices de violência que vinham sendo registrados”. Cintra enfatizou que, entre outros pontos positivos, merecem destaque a criação de quase um milhão de empregos em 2019, “uma solução efetiva para a geração de renda”; e o equilíbrio fiscal alcançado pelo país, com juros mais baixos, “o que muda a vida das pessoas, pois o dinheiro passa a ser aplicado em investimento produtivo, em vez de ser direcionado para financiamentos com custo elevado para a dívida pública do Brasil e dos estados”.