O retrato do ecossistema das startups Perfil das empresas pernambucanas e também do Nordeste, mostrando grau de desenvolvimento, foi traçado na pesquisa produzida pela Abstartup

Rochelli Dantas
rochelli.dantas@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 15/02/2020 03:00

O termo startup entrou na moda. Mais do que empresas com forte potencial, o modelo de negócio chega com um objetivo claro: desenvolver ou aprimorar uma solução que contribua com o desenvolvimento de determinada empresa. E a região Nordeste está saindo na frente no lançamento, amadurecimento e sucesso de startups. Segundo levantamento elaborado pela Associação Brasileira das Startups (Abstartup), entre as regiões, o Nordeste é a terceira maior comunidade em número de startups e também a terceira em número de comunidades mapeadas. Com 558 startups ativas, atualmente a região, com a maioria localizada na Bahia e em Pernambuco, continua se desenvolvendo e novas comunidades continuam surgindo ano a ano.

Pelo mapeamento apresentado, o ecossistema nordestino é composto, em grande parte, por negócios em fase de operação (45%) e tração (33,7%), que são etapas justamente de desenvolvimento da ideia. “A operação é quando o projeto sai da fase de ideias e entra como um modelo de negócios. Já a fase de tração é quando já se tem a tecnologia embarcada e agora está captando recursos para crescer exponencialmente tracionada com os canais. Nesta etapa é quando a startup registra uma média de 15% de crescimento ao mês”, explica o presidente da Abstartup, Amure Pinho.

Os dados levantados pela associação mostram que, apesar do grande número de startups no Nordeste, o faturamento ainda é um grande desafio. O estudo aponta que 14,5% ganham menos de R$ 50 mil; 12,7% entre R$ 50 mil e R$ 250 mil; e – o mais alarmante – 66,8% não têm faturamento. “O acesso ao mercado é muito difícil. O maior desafio ainda é chegar no determinado patamar de faturamento onde consiga capturar a atenção do investidor. O empreendedor está testando modelo de negócio disruptivo e, muitas vezes, é difícil convencer quando está tentando mudar alguma coisa e que existe o tempo de amadurecimento”, enfatiza Amure Pinho.

De acordo com o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, é bom sempre lembrar que as startups surgem para resolver um problema e não é simplesmente uma ideia. “Para identificar o problema e mapear, tem que ter um treinamento e a formação. Então é preciso massificar isso. As pessoas precisam ser formadas neste sentido. Por isso a academia é importante. Para unir ideias que dialoguem e também para oferecer os treinamentos necessários. Além disso, tem que ter um financiamento, uma incubadora que acredite e aposte na ideia”, afirma.

Raio-x do mercado

Nordeste


Maranhão 4,3%

Piauí  9,8%

Bahia 27,2%

Pernambuco 19,6%

Sergipe 1,4%

Ceará  16,6%

Rio Grande do Norte 7,3%

Paraíba 10,7%

Alagoas 3,3%

Perfil dos fundadores
53% Um único founder homem
32% Mais de um founder e a maioria homem
7% Um único founder mulher
6% Mais de um founder e a proporção entre sexos é igual
1% Mais de um founder e a maioria é mulher

Faixa de faturamento
Sem faturamento 66,8%
Menos de R$ 50 mil 14,5%
Entre R$ 50 mil a R$ 250 mil 12,7%
Entre R$ 250 mil a R$ 500 mil 4%
Entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão  1,7%
Outros