Pernambuco vira polo de cervejas artesanais Com investimento de R$ 10 milhões, The Bozz construirá planta no estado com capacidade de 1,2 mi de litros

ROCHELLI DANTAS
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Publicação: 22/02/2020 03:00

Pernambuco terá mais uma indústria de cerveja artesanal. Com investimento de R$ 10 milhões, a The Bozz irá construir uma unidade em Ipojuca. Inicialmente, a planta terá capacidade de produção de 700 mil litros por ano. Mas o projeto já nasce com planos de expansão. A previsão é de que em dois anos o montante anual chegue a 1,2 milhão de litros. Hoje, o estado conta com 18 fábricas do tipo produzindo cerca de seis milhões de litros por ano de cerveja artesanal.

“Pernambuco é a locomotiva do Nordeste neste segmento. No estado, essa procura começou por volta de 2015 e, a partir daí, o ritmo é crescente. Uma fábrica com esse potencial tem uma maturação do negócio entre 2 e 3 anos”, explica o CFO da MBF, que atua no segmento de consultoria e é responsável pela captação da unidade, Jadir Rocha. Segundo ele, outras duas unidades estão sendo estudas para implantação no país, sendo mais uma no Nordeste.

“Para Pernambuco, a nossa pretensão é atrair um condomínio de cervejas artesanais. Seriam ao menos dez na mesma redondeza. Isso proporciona um compartilhamento de insumos, de logística e até mesmo de uso da capacidade ociosa, reduzindo custos”, ressalta. As cervejarias artesanais caíram de fato no gosto dos brasileiros. Em média, a cada dois dias, uma cervejaria abre as portas no Brasil. Ao todo já são 889 estabelecimentos e 16.968 produtos. Em Pernambuco, são 18, conforme dados do Anuário da Cerveja no Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Pelo levantamento, o número de cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cresceu 23% em 2018. Os números apontam a rápida evolução do setor, que se manteve com crescimento de 30%, assim como nos anos anteriores.

A expansão está sendo puxada pelas bebidas especiais, motivada pela mudança de perfil de consumo do brasileiro, que busca produtos diferentes, pois está mais exigente. De acordo com o mestre-cervejeiro e CTO da MBF, Luciano Fialho, a demanda crescente pelo produto é um caminho sem volta. “As pessoas estão buscando informações sobre o mercado de cerveja. Ao mesmo tempo, tentam produzir em casa, para isso buscam cursos. Então é uma demanda crescente. Na Europa, por exemplo, todos os bares têm as suas microcervejarias, que é uma tendência e é isso que acreditamos que acontecerá aqui em Pernambuco”, detalha.

Em média, um investimento em uma microcervejaria do tipo é de R$ 350 mil, montante incluindo equipamentos, mas sem obra civil. A MBF disponibiliza modelos de negócios específicos para bares e restaurantes, que podem produzir de mil a 8 mil litros de cerveja e chope, em um espaço que varia de 30 metros quadrados a 40 metros quadrados.