Recife puxa a fila do empreendedorismo Número médio de startups sem faturamento e começando a operação é maior em relação à região

LUCIANA MOROSINI
luciana.morosini@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 15/02/2020 03:00

O ecossistema já consolidado de Pernambuco - que tem a chancela do Porto Digital, parque tecnológico reconhecido nacional e internacionalmente - garante ao Recife uma posição de destaque entre as cidades do Nordeste. Das 577 startups ativas na região, a capital pernambucana ocupa a segunda colocação na divisão por cidades, com 16,1% das empresas, atrás apenas de Salvador, que tem 20,5%. São 93 startups ativas no Recife, segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), e um número que chama atenção de 77% delas ainda na fase sem faturamento -  a média nordestina é de 66,8%. Por outro lado, o dado indica o alto o número de startups que estão entrando nesse mundo do empreendedorismo e da busca por soluções para problemas cotidianos e de empresas.

Começar a empreender não é tarefa fácil, mas é um desafio em crescimento. E o mercado se abre cada vez mais para as startups. O negócio é encontrar um problema e oferecer uma solução para ele que tenha capacidade de escalar, ou seja, multiplicar-se, que é o objetivo a que se propõe uma startup.

Da dor de Cecília Monteiro Leal nasceu a ideia de ajudar outras pessoas que gastavam muito tempo no supermercado e acabavam comprando produtos a mais, gerando desperdício. Ela convidou a irmã Marina para ser sócia no aplicativo Colher de Chá.

“É um app gratuito, com acesso à receitas que têm porções adaptáveis, para que a pessoa compre e cozinhe apenas o que precisa. Tem uma pegada de sustentabilidade. Gera uma economia de dinheiro e tempo, que pode chegar até 30% com uma lista mais eficiente na hora das compras”, explica Marina.

Desde que surgiu a ideia, há dois anos, elas já investiram cerca de R$ 300 mil na criação do aplicativo e também na divulgação, já que é uma startup que tem o cliente final pessoas físicas (B2C).

O período de incubação no Porto Digital foi essencial para a solução ganhar maturidade, mas é uma ferramenta que ainda está construção e ganhando mais recursos para atingir um público cada vez maior. Nesta semana, foram lançados os quatro tipos de cardápios no aplicativo. Mas ainda não há expectativa de retorno financeiro.

“A nossa prioridade é tornar o app útil e necessário na vida das pessoas. Estamos avaliando qual o problema as pessoas têm para tentar resolver. Sabemos que todo mundo quer comer bem, trabalha o dia inteiro, gasta tempo no supermercado, compra coisas erradas, estraga comida e o Colher de Chá vem se moldando e ouvindo a dor das pessoas. Então claro que queremos o retorno financeiro, mas antes queremos estar na vida das pessoas”, afirma Cecília Monteiro.

Raio-X Recife

93 startups ativas

Etapas do projeto

Ideação   20,5%
Operação  32,3%
Tração  35,2%
Scale up 11,7%

Faturamento
Menos de R$ 50 mil   16,6%
R$ 250 a R$ 500 mil  5,5%
Sem faturamento 77,7%

Número de funcionários
1 a 5 45,7%
6 a 10 29,5%
11 a 20  9,8%
21 a 40  7%
41 a 100 4,2%
201 a 500 4,2%