Adaptação e corrida por remédios nas farmácias Redes estão investindo em serviço delivery para atender a demanda imposta pelo isolamento social

Patrícia Monteiro
Especial para o Diario
patricia.monteiro@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 30/05/2020 07:30

Passado e futuro interligados como nunca. O distanciamento social ocasionado pela pandemia da Covid-19 fez com que fosse necessária a mistura entre práticas típicas do passado e a abreviação de soluções que ainda pareciam vislumbre de um futuro. O segmento de farmácias, por exemplo, nunca precisou tanto estar inserido nos mecanismos de entrega delivery. De acordo com a o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco (Sincofarma), o faturamento do setor com esta plataforma passou de 10% para até 30%. Além disso, as lojas têm investido em três itens: rapidez, estoque e proximidade com o cliente.

O presidente da Sincofarma, Ozeas Gomes da Silva, afirma que a qualidade da prestação de serviços é, em tempos de pandemia, ainda mais essencial. “Ninguém gosta de achar seus medicamentos em lojas diferentes. O cliente quer tudo em um só lugar. Além disso, o remédio precisa chegar rapidamente até ele”, afirma, complementando que a maioria das grandes redes tradicionais não possuía ferramentas de entrega. “Não é muito fácil fazer este gerenciamento, por isso não nos preocupávamos tanto com isto”, explica.

Além deste investimento tecnológico, algumas redes apostam na boa e velha relação pessoal como diferencial no atendimento. A RD RaiaDrogasil resgatou a modalidade da entrega de vizinhança. O cliente liga para a farmácia mais próxima de sua residência (com limite de até 300 metros de distância) e solicita o medicamento/item, que será entregue a pé por um atendente, sem custo adicional. A ideia surgiu, de acordo com o vice-presidente de operações da rede, Renato Raduan, em virtude da ligação dos próprios clientes. “Muitos ligavam para perguntar se algum atendente da própria loja poderia entregar os medicamentos em domicílio”, explica.

Em Pernambuco, quando o serviço teve início, há pouco mais de dois meses, eram feitos poucos pedidos por dia. Atualmente, são mais de 260 em todo o estado. A dentista aposentada Maria do Carmo Rodrigues de Matos, 69, é uma das usuárias. Ela explica que esta relação faz diferença em uma rotina de isolamento. “É importante, nestes tempos mais solitários, encontrar uma pessoa alegre, simpática faz diferença”, finaliza.