BALANçO » IBGE apresenta raio-x da construção

Patrícia Monteiro
Especial para o Diario
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Publicação: 28/05/2020 03:00

No ano de 2018, Pernambuco ocupava o 11º lugar no ranking nacional de produção da construção civil e o terceiro no nordestino, atrás do Ceará e Bahia. A participação do estado em relação ao total do país foi de 2,9% ao gerar R$ 7,29 bilhões em valor de incorporações. Os dados, divulgados ontem, são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE, que retrata as características estruturais das empresas do segmento em todo o Brasil. Na comparação entre os últimos dez anos, quanto à distribuição do valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção no Nordeste, Pernambuco foi o que apresentou maior recuo enquanto a Paraíba, por sua vez, a maior crescente. O estado também contabilizou menos 25 mil pessoas atuantes no setor e redução salarial das mesmas.

Em 2018, ano de análise do Instituto, o setor da construção pernambucana era constituído por 1.487 mil empresas ativas, com 55.565 pessoas ocupadas, representando 3,3% das atuantes no segmento do país, ocupando a nona colocação neste quesito. Já os valores movimentados com salários, retiradas e outras remunerações na indústria da construção chegaram a R$ 1,45 bilhão.

De acordo com o supervisor das Pesquisas Industriais do IBGE em Pernambuco, Dinilson Pedroza, o setor é um dos mais sensíveis a mudanças nos níveis de atividade e um dinamismo determinado ou motivado pelo que acontece à demanda. “Entre 2009 e 2018, todas as regiões, a exceção do Nordeste, perdem participação no valor das obras de construção. Pernambuco, neste sentido, tem desempenho mais próprio do restante do país do que do próprio Nordeste”, afirma. Ele relembra ainda que, em nível nacional, o setor público, um dos clientes mais importantes do setor, perdeu representatividade como cliente da indústria da construção, com queda de 12,5%.

Dinilson menciona, ainda, que o setor da construção civil responde por cerca de 5% do valor da produção de todas as atividades da economia de Pernambuco e que, aliada à perda de participação nos totais regional e nacional, o estado verificou expressiva queda no volume de pessoas empregadas. “O ano de 2018 corresponde a apenas 69% do número observado em 2009”, finaliza o supervisor.