Novos parâmetros e horizontes para as construtoras

Publicação: 23/05/2020 09:30

A diretora executiva do Grupo Pernambuco Construtora, Mariana Wanderley, conta que, por enquanto, o maior impacto para a empresa foi a gestão da equipe de funcionários e que, por enquanto, as estratégias adotadas para minimizar o problema foram a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas. “Estamos tentando segurar ao máximo as demissões”, afirma. Sobre o futuro, acredita que o setor já passou por grandes crises e que a atual também será vencida. “Estamos com as obras paradas, mas continuamos comercializando. As ações de marketing continuam e, assim que for possível, as obras voltarão. Teremos novos lançamentos e, em alguns meses, o cliente que parou o processo voltará, assim como os planos de casa nova e primeiro imóvel próprio estarão nas prioridades novamente”, revela.

Na construtora Moura Dubeux, apenas três canteiros de obras estão em funcionamento, os considerados obras essenciais. O CEO da empresa, Diego Villar, conta que, de imediato, a situação ocasionou a suspensão de contratos de trabalho e o descasamento temporal de faturamento de receita, seja por prestação de serviço ou venda de apartamento, além da redução no volume de vendas. Ele, entretanto, também encara o futuro com otimismo. “O mercado mantém sua premissa básica de demanda por produto imobiliário devido ao déficit habitacional. Para não contribuir negativamente com todo este desgaste econômico, estamos focando em adotar mecanismos que garantam a manutenção do emprego. Com correções econômicas, reequilíbrio fiscal e ausência de desequilíbrio monetário nas contas públicas, podemos caminhar para uma recuperação”, analisa.

Além das perspectivas quanto à retomada, Diego fala sobre o novo formato de comercialização no futuro. “A empresa precisa se reinventar deste ponto de vista. É um caminho sem volta. Aprendemos a fazer muitas coisas a distância, a sedimentar a questão de vendas online e houve ganhos de produtividade no que carecia de muita documentação. Este é um grande legado, além dos lançamentos virtuais”, conta.  Do ponto de vista da empresa, conta que, sem movimentos bruscos, aperfeiçoaram a operação focando em geração de caixa e venda do estoque. “Acreditamos que este será o novo cenário independente de como o mercado vai se ajustar, mais para a frente”, conta.

Estratégias
Rafael Pires e Albuquerque, diretor de desenvolvimento imobiliário da MRV, afirma que a empresa teve algumas obras e plantões paralisados, mas que, apesar do impacto, entende a iniciativa. “As ações tomadas focam na segurança e prevenção e isso é muito importante”, afirma. Sobre as estratégias para minimizar estes impactos, a MRV criou um comitê de gestão de crise formado por executivos que se reúnem diariamente. “Dentre as medidas tomadas, anunciamos o compromisso de garantir aos colaboradores da empresa a estabilidade no emprego nos próximos 60 dias. Mesmo com a crise provocada pela pandemia. O déficit habitacional no país ainda é significativo e a demanda por moradia é crescente. Com a redução dos juros e as novas condições para pagamentos de financiamentos oferecidas pelos bancos, o acesso ao imóvel próprio se tornou uma realidade para muitos brasileiros que antes não consideravam essa possibilidade”, conclui.