ARTICULAçãO » Entregadores de app se mobilizam

Publicação: 04/07/2020 03:00

Entregadores de aplicativo organizados em diversos grupos de WhatsApp programam uma nova paralisação para o dia 12 de julho. Nesta sexta-feira, eles realizaram uma enquete para o novo Breque dos Apps, como foi chamado o primeiro movimento que reuniu milhares de trabalhadores na quarta-feira em São Paulo e em outras capitais do Brasil. Vinte e seis mil entregadores responderam à enquete para decidir a nova data. O protesto deve acontecer mesmo com a necessidade de evitar aglomeração durante a pandemia de coronavírus - que afetou a rotina desses trabalhadores.

O Sindimoto, sindicato que representa a categoria, entretanto, está convocando para o dia 14 por alegar que não quer misturar sua pauta com bandeiras políticas. Lideranças que dialogam com a centro-esquerda e erguem a bandeira do antifascismo estão entre os que defendem parar no dia 12, um domingo, dia movimentado aos apps.

De modo geral, o pleito da categoria é tabela mínima de frete unificada a todos os aplicativos (cada um tem uma forma de cobrança), auxílio constante durante a pandemia de Covid-19 - com reposição de máscaras e álcool em gel -, maior taxa por quilômetro rodado, fim dos bloqueios considerados injustificados por plataformas e fim do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas, por exemplo.

Além disso, motoristas também têm demonstrado insatisfação com a longa espera em restaurantes, o que os impede de fazer novas corridas.

A pandemia de coronavírus no Brasil alterou de forma significativa a dinâmica de trabalho dos entregadores. Apesar do aumento da demanda impulsionada pela classe média confinada em casa, a mão de obra aos aplicativos de entrega cresceu.

As empresas distribuíram as entregas e não alteraram as taxas, o que deixou quem estava dependente desse serviço antes da pandemia com a remuneração mais baixa: 59% passaram a ganhar menos em relação ao período pré-coronavírus, mostra estudo da Remir (Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista), feito por universidades federais e pelo MPT (Ministério Público do Trabalho).

A reivindicação por regime CLT aos trabalhadores é pleito de um grupo mais ligado ao movimento sindical.

O MPT é autor de diversas ações em que pede a declaração de vínculo de emprego entre os aplicativos como iFood, Rappi, Uber, Cabify, Loggi e os trabalhadores que utilizam as plataformas para prestar serviços de entrega e transporte. (Folhapress)