Mercado de eventos reinventa negócios para enfrentar crise Com atividades paralisadas e sem perspectiva de retorno, profissionais do setor apostam em novos negócios dentro ou fora da área

Luciana Morosini
luciana.morosini@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 04/07/2020 03:00

As atividades econômicas foram suspensas desde o dia 20 de março e, com a estabilidade da curva de contaminação do coronavírus em Pernambuco, a flexibilização começou em junho. O plano de retomada é gradual e promete durar 11 semanas até a sua conclusão. Algumas atividades já estão voltando pouco a pouco, porém outras seguem sem perspectiva de retomada por conta da natureza dos negócios. O mercado de eventos continua sentindo os efeitos das medidas restritivas e não tem previsão para que possa voltar a funcionar, já que costuma promover aglomerações e deve reabrir nas últimas fases da flexibilização. Porém, os profissionais da área estão se reinventando para superar essa fase e compensar as perdas financeiras. Alguns apostam em novos negócios na própria área que já atuavam, enquanto outros mudaram completamente a atuação.

Com a ausência dos shows há mais de 100 dias, o guitarrista João Marquee, músico desde 1983 e que toca em diversas bandas e eventos no estado, passou a explorar as duas possibilidades para se sustentar durante a pandemia. Soluções que não exigiram investimentos e garantiram uma renda extra. “Estou buscando me reiventar de algumas maneiras. Eu dava aulas de guitarra presenciais, mas agora, sem poder ter o contato físico, comecei a dar aulas virtuais e tem dado certo. Os alunos estão aparecendo. E, como também sou professor de inglês e já morei nos Estados Unidos por muitos anos, tenho feito trabalhos de tradução”, explica, acrescentando que as redes sociais dão o suporte nesta nova jornada. “Como as lives agora têm uma oferta muito grande, procuro postar coisas diferente do que a maioria está fazendo, como o lançamento de alguns vídeos”, completa.

Para Eduardo Maciel, coordenador da Unidade de Design de Eventos do Sebrae-PE, a criatividade é fundamental para sobrevivência. “Ela já é uma permanente na vida do empreendedor, o tempo inteiro ele se reiventa, principalmente na área de eventos. O novo é o que vai seduzir o cliente, algo que nunca foi visto antes é que vai ficar marcado como especial, e as possibilidades são infinitas e necessárias. A diferença é que a pandemia veio forçar uma reinvenção até mesmo de quem não se reiventava”, ressalta.

A expertise na área de atuação pode ajudar na reinvenção. “Muitos estão mudando de produto que trabalhava e outros continuam na mesma área, mas fazendo outras entregas. Entre 40% e 50% conseguem se reinventar na sua área de atuação. Na de decoração, vi uma pessoa que trabalhava com decoração de flores para casamento que passou a fazer assinatura de flores. Na de música, algumas bandas estão fazendo shows para grupos fechados com uma interação maior entre os participantes e os músicos. Na de alimentação, uma pessoa que fazia festas passou a oferecer kit festas”, exemplifica Maciel.

Redes sociais

As redes sociais têm sido grandes aliadas para empreendedores neste momento da pandemia, que acelerou a transformação digital. Porém, como o processo foi acelerado e as pessoas precisaram se adaptar de forma muito rápida ao mundo virtual, nem todos dominam as ferramentas. “Para ajudar, o Sebrae Pernambuco oferta soluções gratuitas e, através do Sebraetec, oferece identidade visuais para as empresas para que elas possam se apresentar nas redes sociais de forma mais atraente”, detalha Eduardo Maciel. O Sebraetec oferece 10 serviços gráficos, e os atendimentos são remotos. A solicitação deve ser feita pelo https://bit.ly/Sebraetec_Express.