Vendas do varejo aumentam 9,9% Segundo IBGE, esta é a segunda maior alta registrada desde janeiro de 2001

Patrícia Monteiro
Especial para o Diario
patricia.monteiro@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 09/07/2020 03:00

Mesmo tendo sido um mês com boa parte de portas fechadas para compras presenciais, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE atesta que o comércio varejista pernambucano teve alta de 9,9% nas vendas neste período, quando comparadas as de abril, na série com ajuste sazonal. É a segunda maior alta em comparação ao mês anterior desde o início da série histórica iniciada em janeiro de 2001, atrás apenas da variação positiva de 10% computada em fevereiro de 2005. Em abril, o índice havia recuado -16,7% em relação a março (-8,8%), maior queda em quase 20 anos.

De acordo com a gerente de planejamento e gestão do IBGE, Fernanda Estelita, é preciso lembrar que a queda de abril foi muito grande em relação a março (praticamente o dobro) sendo, portanto, uma base muito baixa. “Assim, em maio, um aumento de 9,9% em relação a uma queda de 16,6% nem chega a compensar o decréscimo. Então, não temos o que comemorar pois embora o número de maio seja ruim, representa crescimento apenas porque o do período anterior foi péssimo”, afirma.

Por outro lado, alguns setores registraram alta em maio. “Hipermercados, supermercados e setor de eletrodomésticos. Resumindo, coisas que as pessoas precisavam para estar em casa”, explica Fernanda. Ela acredita que os indicadores de junho, a partir do início da reabertura das atividades econômicas, devam ter um aumento ainda maior.  “Possivelmente até mais do que 9,9%, afinal, houve a reabertura dos shoppings que tem uma demanda reprimida”, explica.

No mês de maio, os dados de Pernambuco tiveram uma alta menor do que a verificada a nível nacional (13,9%). Quando se trata da variação entre maio deste ano e o mesmo mês de 2019, a diferença entre o estado e o Brasil é de 9,1 pontos percentuais, mostrando que Pernambuco teve uma oscilação para baixo maior do que a observada no país como um todo. “Acredito que, da mesma forma que o lockdown impulsionou a venda em alguns setores, é preciso considerar que foi um período em que durante a metade do mês boa parte do comércio estava fechada. A gente vem de uma queda muito mais brusca. Basta olhar abril para ver o quanto, então, não tivemos fôlego, ainda, para nos recuperar. Por isso, não foi possível alcançar a média do país”, explica.  Os destaques brasileiros de maio são para Rondônia (21,8%), Paraná (20%) e Goiás (19,4%).