ECONOMIA E NEGóCIOS EM FOCO » A ociosidade da economia e a taxa de juros

por Ecio Costa
ecio@yahoo.com

Publicação: 28/09/2020 03:00

O Banco Central (BC) divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, onde apresentou suas projeções dos principais indicadores da economia brasileira. A inflação deve ficar em 2,1% ao final de 2020, abaixo do piso da meta; e, abaixo de 3,0% ao final de 2021. Este cenário contradiz o recente pico de inflação, principalmente de alimentos, itens de higiene e material de construção, consequência da redução do isolamento social, demanda externa aquecida e retomada forte com o Auxílio Emergencial.

O que chama mais atenção é a situação econômica atual. Segundo o BC, a ociosidade da economia brasileira está muito grande. O hiato do PIB, a diferença entre o PIB efetivo, medido pelo IBGE, e o seu potencial aumentou consideravelmente com a pandemia. Desta forma, mesmo que o consumo se expanda consideravelmente, não trará uma força inflacionária expressiva, pois a capacidade instalada das indústrias, principalmente, poderá atender a elevações do consumo.

Este fato induz a uma continuada política de taxa de juros básicos da econômica (Selic) em níveis muito baixos, e os atuais 2% ao ano deverão continuar por um período ainda mais longo. A indicação é que permaneça neste patamar até o início de 2022, quando este estímulo deverá começar a ser retirado. Quem poderia prever um período tão longo com juros tão baixos? A repercussão disso no consumo, nos investimentos e no setor produtivo são enormes.