A abertura comercial é, comprovadamente, uma das formas mais importantes de diminuir as desigualdades, através do livre comércio, acesso a mercados e produtos. Ao se abrir o comércio, os produtores ampliam seus mercados, podendo produzir e empregar mais, e os consumidores se beneficiam com uma maior concorrência que baixa preços e traz qualidade aos produtos e serviços. O anúncio do acordo Mercosul x UE, que se arrastava por anos, foi muito comemorado por conta desse impacto positivo.

Os setores que se veem ameaçados com uma maior concorrência procuram se articular para não sair das suas zonas de conforto. Enquanto o Brasil vem resolvendo suas dificuldades, através de uma reforma tributária, que deixará o setor industrial mais competitivo para encarar a concorrência internacional, não há como fazer o agronegócio europeu se tornar mais eficiente que o brasileiro. Por isso é tão difícil avançar na implantação do acordo.

Uma saída está sendo estudada pela Comissão Europeia e será baseada no avanço individualizado dos três pilares principais do acordo: Questões de Políticas e de Segurança; Cooperação Econômica Institucional; e, Livre Comércio. Destes, o Livre Comércio é o que mais encontra dificuldades de trâmite devido à disputa de mercado que se dará diante de sua aprovação. Se implantada, a solução poderá trazer um novo ciclo de desenvolvimento econômico para os dois blocos.