Aporte de R$ 110 milhões em tráfego de dados Investimento no Recife será destinado a obras de Data Center e landing station para cabo submarino, que ligará a cidade a São Paulo e Nova York

Publicação: 20/10/2020 03:00

Depois de anunciar o aporte de R$ 200 milhões na implantação de uma rede de transmissão via cabos submarinos, em setembro do ano passado, o Recife agora vai receber investimento de mais R$ 110 milhões na construção de um novo Data Center e uma landing station para o cabo submarino. A previsão é de que as obras, anunciadas ontem, sejam iniciadas em maio de 2021 e as operações devem ter início em janeiro de 2022, aumentando a competitividade da prestação de serviços em sete estados do Nordeste. O aporte na construção do novo Data Center, assim como no cabo submarino, será realizado pelo consórcio de investidores Recife Co., em parceria tecnológica com a Seaborn Networks, empresa sediada em Boston (EUA). A expectativa é que o projeto fature até R$ 320 milhões por ano quando atingir a maturidade.

O Data Center (Tier 3 com 400 racks) é o segundo passo de investimentos do Recife Co., depois do anúncio do cabo submarino, que vai conectar o estado à internet global de alta performance. Halim Nagem, do consórcio, acredita que o investimento vai fortalecer Pernambuco como opção de novos negócios para grandes corporações nacionais e internacionais. “A oferta de tráfego de dados em alta velocidade e com segurança é um dos primeiros critérios a serem observados pelos investidores. Mas mesmo os pequenos negócios e pessoas físicas também irão tirar proveito dessa operação. A tecnologia estará disponível para todos. Já somos um polo logístico e tecnológico e, com esse aporte, daremos um salto ainda mais qualitativo”, afirmou.

O Data Center terá três pisos. No térreo ficará uma área para o desembarque do cabo submarino SeaBras-1, que vai conectar o Recife com São Paulo e Nova York, além de parte do complexo Cable Landing Station, construção para equipamentos da subestação, motogerador, sistema de energia ininterrupto, central condicionadora de ar e equipamentos de energia para o cabo submarino. No primeiro e segundo andares estarão os data halls, salas que abrigarão os servidores das empresas contratantes.

A implementação do centro de processamento de dados promete garantir uma maior competitividade na atração de empresas que não estão instaladas no Recife, mas dependem de comunicação direta com as Américas, Europa e Ásia, já que a economia recifense é representada em quase 60% pelo setor de serviços.