Indústria tem queda, mas segue em recuperação Apesar do recuo de 1% em novembro, Pernambuco registra crescimento de 3,2% na produção industrial do acumulado do ano e de 2,9% nos últimos 12 meses

Luciana Morosini
luciana.morosini@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 15/01/2021 03:00

Depois de registrar crescimento em outubro, a produção industrial de Pernambuco voltou a apresentar queda em novembro de 2020 na comparação com o mês anterior. O recuo de 1% foi o terceiro maior entre as 15 localidades analisadas pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, atrás apenas do Pará (-5,3%) e do Mato Grosso (-4,3%). No entanto, o resultado não comprometeu a tendência de crescimento da produção industrial do estado. Pernambuco ainda teve o melhor desempenho do Brasil, tanto no acumulado do ano, com alta de 3,2%, como no acumulado dos últimos 12 meses, com crescimento de 2,9%.

“Se analisar os dois últimos meses antes de novembro, Pernambuco havia registrado um crescimento significativo, o que acabou gerando estoque. Por isso a indústria não precisou acelerar muito a produção na passagem do mês, mas não é uma queda que prejudique. Inclusive, quando compara com novembro do ano passado, houve uma alta bem significativa”, ressalta Cezar Andrade, coordenador do Núcleo de Economia da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).

A alta de Pernambuco, ao se comparar os meses de novembro de 2020 e 2019, foi de 10%, um incremento atrás apenas do Paraná (14%) e Santa Catarina (11,1%). No mesmo período, a alta nacional foi de 2,8%, enquanto no acumulado do ano o Brasil registrou recuo de 5,5% e no acumulado dos últimos 12 meses, queda de 5,2%. Pernambuco só teve resultado pior do que a média nacional na passagem de outubro para novembro deste ano, quando o resultado do país foi de crescimento de 1,2%.

O crescimento da produção da indústria foi impulsionado, principalmente, no segundo semestre de 2020. No acumulado do primeiro semestre, a atividade registrou queda de 3,5%. De julho a novembro, a produção teve alta de 10%. “Houve uma aceleração no segundo semestre, por conta da flexibilização da economia. A partir de julho, os setores do comércio voltaram a abrir. Apesar de a indústria não ter fechado em nenhum momento, a reabertura das atividades acarretou em mais encomendas”, explica Andrade.

A expectativa é fechar 2020 com saldo positivo para a indústria no estado. “Dezembro tem impacto das festividades de final de ano. Não tiveram as festas públicas, mas a população faz sua festa privada e existe a procura por determinados produtos”, conclui.

Na comparação com novembro de 2019, o setor de maior alta foi o da Metalurgia, 27,1%, seguido de Outros produtos químicos (23,6%) e o de Bebidas (22,4%). No acumulado de janeiro a novembro de 2020, segmentos de produtos considerados essenciais no período da pandemia do coronavírus se destacaram: Alimentos, com alta de 11,1%, e Perfumaria, sabões e produtos de limpeza, com incremento de 6,9%.