Tombo do PIB faz Brasil cair no ranking mundial Riquezas somaram US$ 1,42 trilhão no ano passado contra US$ 1,8 trilhão em 2019. Com isso, o país saiu da 9ª para 12ª posição entre os mais ricos

Publicação: 04/03/2021 03:00

O Brasil deixou o grupo das 10 maiores economias do mundo em 2020. Com o tombo de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e a alta do dólar, a economia brasileira caiu da 9ª para a 12ª colocação no ranking das principais economias do globo, segundo levantamento da Austin Rating. A queda no PIB tem como principal causa a pandemia.

O resultado é o pior desde 1996, início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e levou de R$ 7,3 trilhões para R$ 7,4 trilhões a soma das riquezas produzidas no país, de acordo com dados divulgados ontem. Porém, fica ainda maior quando se coloca o Brasil no cenário internacional.

Estudo da Austing Rating explica que os R$ 7,4 trilhões do PIB nacional equivalem a US$ 1,42 trilhão, segundo a cotação média do dólar em 2020, de R$ 5,24. É 21% a menos que em 2019, quando somou US$ 1,8 trilhão. Por isso, o Brasil foi ultrapassado pelo Canadá, pela Coreia e pela Rússia no ranking das principais economias.

“Quando convertemos o PIB do Brasil para o dólar, há o efeito da variação cambial. E a moeda brasileira teve uma perda de 32,9% em 2020. Isso faz com que o PIB tenha uma diminuição muito forte em dólar”, comentou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, lembrando que o dólar saiu de R$ 4,26 para quase R$ 6 no ano passado por conta das incertezas fiscais e da crise política.

Com o baque, o Brasil passou a representar apenas 1,6% da economia global, ante os 2,1% registrados em 2019. E a projeção da Austing Rating, aliadas às perspectivas de crescimento mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), é que o Brasil continue perdendo espaço no cenário mundial em 2021.

Segundo a agência de risco, o Brasil pode passar a ser a 15ª economia mundial neste ano, representando apenas 1,5% do PIB global. “O Brasil vai crescer este ano, mas os outros países emergentes devem crescer o dobro do Brasil. Ou seja, o Brasil não cresce mais que os seus pares para tirar a diferença e ainda tem um problema fiscal enorme que faz com que a moeda continue desvalorizada frente ao dólar”, explicou Agostini. (Correio Braziliense)